Banca nacional em foco: AQR, testes de stress e resultados dos primeiros nove meses do ano

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Os últimos dias ao nível da banca nacional têm sido marcados por alguma pressão. Logo pela manhã deste domingo o Banco de Portugal (BdP) informava em comunicado quais as instituições bancárias nacionais que tinham passado na avaliação completa do Banco Central Europeu, que inclui uma avaliação da qualidade dos ativos e testes para superar situações de stress.

Segundo a avaliação da instituição europeia, a Caixa Geral de Depósitos e o Banco BPI são considerados os Bancos resilientes; o Millennium BCP, por outro lado, chumbou neste teste europeu. Refira-se, no entanto, que “os resultados do AQR e do cenário base do teste de esforço (2014-2016) permitem verificar a resiliência dos bancos portugueses abrangidos pelo exercício e demonstram que têm níveis de capitalização adequados. Em ambos os casos, todos os bancos registam rácios de capital superiores ao valor de referência de 8%”, pode ler-se no documento do BdP. Ou seja, isto significa que o Millennium BCP apenas chumbou ao nível do cenário adverso do teste de esforço (que é de improvável ocorrência), tendo “o rácio CET1 projetado para o Banco Comercial Português para dezembro 2016” ficado “aquém do valor de referência de 5.5%". Neste âmbito, a instituição já identificou um "conjunto de medidas para cobrir integralmente a diferença apurada”.

Resultados de janeiro a setembro

Ainda na manhã de domingo, seguidamente à divulgação dos testes europeus, o Millennium BCP deu conta dos resultados referentes aos últimos nove meses. Com um resultado líquido consolidado de -98,3 milhões de euros, ainda assim a instituição conseguiu reduzir em 83,5% o seu prejuízo face às perdas de -597 milhões de euros em igual período de 2013.

Relativamente às comissões da gestão de ativos, estas registaram um crescimento de 16,4% comparando com o período homólogo, somando 28,9 milhões de euros no final de setembro de 2014. Nos destaques divulgados pelo Millennium BCP nas suas contas, constam ainda o “reembolso adicional de 1.850 milhões de euros de CoCos ao Estado, em agosto” e, em outubro, o “acordo de venda da Millennium Gestão de Activos”, que “confirmam o enfoque na antecipação das principais metas do acordo com a DG Comp e do plano estratégico”.

Também no final da semana passada, o BPI, que acabou por passar no crivo europeu, deu conta dos seus resultados respeitantes ao período entre janeiro e setembro deste ano. O banco liderado por Fernando Ulrich ao nível dos recursos de clientes fora de balanço - que incluem fundos de investimento, PPR e PPA – a soma foi de 3.201,1 milhões de euros, o que se traduz numa queda de 1,3% comparando como o mesmo período do ano passado. As comissões líquidas da gestão de ativos também apresentaram um decréscimo comparativamente com igual espaço de tempo de 2013. A 30 de setembro deste ano as comissões nesta área eram de 31,1 milhões de euros, menos 0,7 milhões do que no final de setembro do ano passado.