O BBVA estima que o PIB de Portugal recue 0,6% no terceiro trimestre deste ano, com o ritmo de contracção a abrandar face ao trimestre anterior, e acredita que o país deverá conseguir voltar aos mercados em 2013.
“Esperamos uma queda do PIB de 0,6% t/t, em linha com o nosso cenário macroeconómico, resultando numa contracção do PIB de -2,7% em 2012 (ligeiramente mais optimista que a de -3% projectada no último relatório da troika)”, refere o BBVA no Observatório Económico para Portugal.
Esta estimativa, que tem por base a informação parcial disponível relativa ao terceiro trimestre, e que se refere sobretudo a indicadores de confiança, “sugere que o ritmo de queda do PIB está a atenuar-se” (no segundo trimestre foi de -1,2% t/t). O sector externo mantém-se “como o principal suporte da economia, com as exportações, ainda que ressentindo-se da desaceleração da procura global, a crescer a um ritmo assinalável, enquanto que a forte queda das importações reflecte a extrema debilidade da procura interna”.
O BBVA destaca que esta evolução está a permitir “uma correcção muito mais rápida do défice da balança das transacções correntes do que seria de esperar”, o que já tinha sido também salientado pela troika na última avaliação.
Regresso aos mercados em 2013
Para o próximo ano, o BBVA aponta para uma contracção de 0,3% do PIB português, estimativa que, sublinha, “tem riscos enviesados no sentido negativo devido às novas medidas fiscais anunciadas recentemente e ao possível efeito de contagio negativo da economia espanhola, embora também possa beneficiar de um clima mais propício nos mercados financeiros e de um nível inferior de tensões, graças às medidas anunciadas pelo BCE”.
Especificamente sobre o acesso aos mercados, o relatório do BBVA, assinado por Miguel Jiménez, Sonia López Senra, Agustín García Salvador e Elvira Prades, sublinha que “mantém-se o calendário previsto, apesar das necessidades de financiamento adicionais,”. A expectativa é “que Portugal possa supri-las no mercado a partir de meados de 2013”, sendo que “o clima mais positivo nos mercados financeiros após o anúncio da intervenção do BCE torna este objectivo muito mais plausível do que há três meses atrás”.
De todo o modo, é referido ainda no Observatório Económico, “as autoridades europeias têm manifestado a sua disponibilidade para continuar a apoiar Portugal desde que continue a cumprir rigorosamente as condições do programa” de ajustamento.