Guilherme Onofre Piedade, da Caixagest, passa em revista a história do fundo de infraestruturas que conta já com um histórico de 12 anos.
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Desde 2007 que a Caixagest apresenta no mercado aquele que é o único fundo de Infraestruturas nacional. Um fundo que tem como principal objetivo “proporcionar aos participantes o acesso a uma carteira diversificada de ativos expostos ao sector de infraestruturas internacional”, investindo através de outros fundos de investimento, “que detêm e desenvolvem projetos no espaço de infraestruturas, maioritariamente sob a forma de capital privado”.
A estabilidade e a previsibilidade dos fluxos de capital são duas das caraterísticas deste fundo que, segundo Guilherme Onofre Piedade, se traduzem “frequentemente em distribuições regulares de rendimentos”. Precisamente este último ponto tem sido a grande vantagem que os investidores destes fundos apontam, a par da “natural diversificação com as classes de ativos tradicionais”.
Naturalmente, motivos como os “níveis globalmente baixos de taxas de juro” também têm levado ao aumento do interesse por parte dos investidores que, como testemunha o profissional da Caixagest, “incorporam esta classe de ativos nas suas alocações estratégicas” cada vez mais. Tendo em mente que “os projetos de infraestruturas em questão necessitam de tempo para que as medidas de gestão, operacionais e financeiras sejam executadas, e os modelos de negócio fiquem devidamente implementados”, faz sentido que o produto seja exclusivamente destinado ao segmento de investidores qualificados, “conhecedores das características desta classe de ativos e com horizontes temporais de investimento de médio e longo prazo”.
A proposta de valor adicionada por esta estratégia assenta também na forma como o fundo investe. “O investimento mínimo elevado que estes fundos têm (habitualmente entre 10 e 20 milhões de euros) e a necessidade de alocação de recursos específicos para as questões mais operacionais do investimento, são, muitas vezes, apontados como um constrangimento para o investimento direto”, conta o profissional, que acrescenta que estas particularidades, “aliadas à experiência e ao conhecimento das sociedades gestoras que operam neste espaço existente na Caixagest, têm permitido uma proposta de valor” para quem nele participa. Soma-se a estas caraterísticas, na opinião de Guilherme Onofre Piedade, a proximidade histórica que na Caixagest têm com este tipo de ativos. “A mais-valia do conhecimento dos intervenientes neste espaço, que resulta não só do track record existente em infraestruturas mas também dos conhecimentos adquiridos na gestão de classes de private equity e imobiliário internacional, possibilita a rápida identificação, análise e implementação de novos investimentos, beneficiando de comissões de comissionamento mais favoráveis.
O enfoque do produto é maioritariamente no mercado europeu. Embora a natureza de investimento de médio e longo prazo se traduza numa alocação que apelidam de “estável” e “menos reativa aos ciclos económicos e financeiros”, o produto “vai sofrendo ajustes no seu posicionamento”. É nesse sentido que o profissional aponta que a alteração mais significativa, durante os últimos anos, ocorreu na exposição ao setor dos transportes. “Foi incrementada por contrapartida ao setor de energia, sobretudo do subsector das energias renováveis”.
Olhando para o futuro, deverá ser o sector das comunicações o que merecerá um aumento de alocação no produto, “através do investimento em projetos de gestão de redes de comunicações e de armazenamento de informação”. Geograficamente, acrescenta, “a exposição aos Estados Unidos deverá ganhar maior expressão na carteira fruto da existência de um leque variado de oportunidades neste país”.
Ponto de entrada nos projetos
Uma nota deixada pelo membro da equipa de gestão tem que ver com a menor dependência das empresas que constituem o portefólio relativamente ao ciclo económico. “A estabilidade e a previsibilidade dos fluxos de capital, que muitas vezes estão associados às taxas de inflação, como no caso dos transportes, ou ao custo de produção, como no caso de alguns subsetores de utilities no Reino Unido, permitem que os modelos de negócio destas empresas estejam menos dependentes do ciclo económico”, atesta.
Numa fase como a atual, mais avançada do ciclo económico, o ponto de entrada nos projetos, atesta Guilherme Onofre Piedade, ganha uma importância acrescida. A par disso, também “os níveis de endividamento dos projetos e também a capacidade de implementar melhorias operacionais que se traduzam efetivamente num acréscimo de valor” são caraterísticas relevadas. Da parte da gestão, a preocupação passa portanto por procurar “minimizar a correlação deste com o ciclo económico através do investimento em gestores com especialização setorial, e cujo track record possa ser repetido, e em gestores que tenham uma abrangência global, procurando explorar as diferenças de preço entre projetos similares nas diferentes geografias”.
(Na foto a equipa responsável pelo produto (esq./dir.): Cristina Brízido, Guilherme Onofre Piedade, Filipa Almeida)