A indústria doméstica de fundos de investimento tem vindo a ser constantemente desafiada. Ao longo de 2015 observa-se mesmo um decréscimo patrimonial. No entanto, quais as maiores categorias deste mercado?
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O mês de setembro trouxe uma redução de 1,7% ao património gerido pelos fundos de investimento em Portugal, segundo os dados publicados pela Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios. Em termos monetários, esta redução foi de 188 milhões de euros, podendo ser explicada, em parte, pela liquidação de dois produtos no decorrer do nono mês do ano: o Caixagest Índices Mundiais e o NB Premium. No seu conjunto, estes fundos geriam, no final de agosto, um património superior a 16 milhões de euros.
Analisando o mercado português por categorias de fundos, de acordo com a categorização da APFIPP, observa-se que as sete maiores categorias somam praticamente dois terços do património gerido pelos fundos nacionais.
Categorias defensivas no comando
A maior categoria de fundos a nível nacional é aquela que engloba todos os fundos MultiAtivos Defensivos. No final de setembro, este segmento geria mais de 1.624 milhões de euros, divididos por onze produtos nacionais. O maior produto da categoria é, também, o terceiro maior do mercado nacional, somando mais de 615 milhões de euros. Trata-se do Millennium Prestige Conservador que está a cargo da Millennium Gestão de Activos. Esta categoria é, igualmente, das que mais cresceu em 2015. Nos primeiros nove meses do ano o segmento assistiu a um incremento de 51,4%, graças ao volume elevado de captações líquidas registadas nesse mesmo período: 593 milhões de euros.
A segunda maior categoria, de acordo com a classificação da Associação e que é também de perfil mais defensivo é a dos fundos de Mercado Monetário em euros. Este segmento é composto por três fundos, sendo um deles o maior do mercado nacional: o Caixagest Liquidez. No final de setembro a categoria geria mais de 1.621 milhões de euros. Face ao final do ano passado, a categoria já cresceu 25%. Para esta subida em muito tem contribuído o Caixagest Liquidez, gerido pela Caixagest, já que é o fundo nacional que regista maior volume em captações líquidas em 2015.
Poupar para a reforma ganha pontos
Se o perfil mais defensivo é aquele que melhor caracteriza o investidor português e, por esse motivo, as categorias que englobam este tipo de produtos são as maiores do nosso país, intromete-se pelo meio uma categoria que inclui os produtos poupança reforma.
Assim, a categoria dos fundos PPR tinha, no final de setembro, cerca de 1.200 milhões de euros em património. O segmento junta 15 fundos de investimento, sendo o maior fundo também o quarto maior produto nacional. Falamos do BPI Reforma Investimento PPR, gerido pela BPI Gestão de Activos, e que tem mais de 442 milhões de euros em património. Quanto ao crescimento patrimonial desta categoria, observa-se uma evolução positiva que ultrapassa os 22% em 2015, com as captações líquidas a contribuírem bastante para este aumento. Repare-se que desde o início do ano a categoria apresenta um saldo entre subscrições e resgates de quase 225 milhões de euros.
Depois desta categoria que se 'fabrica' sob uma lógica de longo prazo e de complemento para a idade da reforma, segue-se novamente um conjunto de fundos de perfil mais conservador. Trata-se da categoria que junta os fundos de obrigações de taxa indexada euro e que constitui a quarta maior categoria da indústria doméstica de fundos de investimento, com mais de 813 milhões de euros em ativos sob gestão.
O top5 das maiores categorias é fechado com uma tipologia de fundos muito utilizada para gestão de liquidez e tendencialmente uma primeira alternativa aos depósitos a prazo, pelo seu baixo perfil de risco. São os fundos de curto prazo, anteriormente designados de fundos de tesouraria. O segmento tem um património sob gestão superior a 782 milhões de euros.
E, percorrendo as maiores categorias do mercado nacional, que são sete, encontram-se os FIA Monetários e os Fundos Flexíveis. A primeira categoria soma mais de 684 milhões e a segunda aproximadamente 563 milhões de euros.
Fora dos sete gigantes, ou seja, das sete maiores categorias da indústria portuguesa de gestão de ativos, está aquela que regista o maior crescimento percentual em 2015. São, precisamente, os fundos de obrigações internacionais, aqueles que, nos primeiros nove meses do ano, apresentam um aumento percentual superior a 57%, muito embora falemos apenas de dois produtos.
As maiores categorias da APFIPP
Categoria | Nº de fundos | Ativos sob gestão * |
---|---|---|
MultiAtivos Defensivos | 11 | 1 624,40 € |
Mercado Monetário Euro | 3 | 1 621,80 € |
Fundos PPR | 15 | 1 200,30 € |
Obrigações Taxa Indexada Euro | 10 | 813,50 € |
Curto Prazo Euro | 9 | 782,30 € |
FIA Monetário | 1 | 684,00 € |
Fundos Flexíveis | 20 | 563,00 € |
Fonte: APFIPP no final de setembro. * em milhões