Categorias defensivas no comando do mercado nacional

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oschene, Flickr, Creative Commons

O mês de setembro trouxe uma redução de 1,7% ao património gerido pelos fundos de investimento em Portugal, segundo os dados publicados pela Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios.  Em termos monetários, esta redução foi de 188 milhões de euros, podendo ser explicada, em parte, pela liquidação de dois produtos no decorrer do nono mês do ano: o Caixagest Índices Mundiais e o NB Premium. No seu conjunto, estes fundos geriam, no final de agosto, um património superior a 16 milhões de euros.

Analisando o mercado português por categorias de fundos, de acordo com a categorização da APFIPP, observa-se que as sete maiores categorias somam praticamente dois terços do património gerido pelos fundos nacionais.

Categorias defensivas no comando

A maior categoria de fundos a nível nacional é aquela que engloba todos os fundos MultiAtivos Defensivos. No final de setembro, este segmento geria mais de 1.624 milhões de euros, divididos por onze produtos nacionais. O maior produto da categoria é, também, o terceiro maior do mercado nacional, somando mais de 615 milhões de euros. Trata-se do Millennium Prestige Conservador que está a cargo da Millennium Gestão de Activos. Esta categoria é, igualmente, das que mais cresceu em 2015. Nos primeiros nove meses do ano o segmento assistiu a um incremento de 51,4%, graças ao volume elevado de captações líquidas registadas nesse mesmo período: 593 milhões de euros.

A segunda maior categoria, de acordo com a classificação da Associação e que é também de perfil mais defensivo é a dos fundos de Mercado Monetário em euros. Este segmento é composto por três fundos, sendo um deles o maior do mercado nacional: o Caixagest Liquidez. No final de setembro a categoria geria mais de 1.621 milhões de euros. Face ao final do ano passado, a categoria já cresceu 25%. Para esta subida em muito tem contribuído o Caixagest Liquidez, gerido pela Caixagest, já que é o fundo nacional que regista maior volume em captações líquidas em 2015.

Poupar para a reforma ganha pontos

Se o perfil mais defensivo é aquele que melhor caracteriza o investidor português e, por esse motivo, as categorias que englobam este tipo de produtos são as maiores do nosso país, intromete-se pelo meio uma categoria que inclui os produtos poupança reforma. 

Assim, a categoria dos fundos PPR tinha, no final de setembro, cerca de 1.200 milhões de euros em património. O segmento junta 15 fundos de investimento, sendo o maior fundo também o quarto maior produto nacionalFalamos do BPI Reforma Investimento PPR, gerido pela BPI Gestão de Activos, e que tem mais de 442 milhões de euros em património. Quanto ao crescimento patrimonial desta categoria, observa-se uma evolução positiva que ultrapassa os 22% em 2015, com as captações líquidas a contribuírem bastante para este aumento. Repare-se que desde o início do ano a categoria apresenta um saldo entre subscrições e resgates de quase 225 milhões de euros.

 

Depois desta categoria que se 'fabrica' sob uma lógica de longo prazo e de complemento para a idade da reforma, segue-se novamente um conjunto de fundos de perfil mais conservador. Trata-se da categoria que junta os fundos de obrigações de taxa indexada euro e que constitui a quarta maior categoria da indústria doméstica de fundos de investimento, com mais de 813 milhões de euros em ativos sob gestão.

O top5 das maiores categorias é fechado com uma tipologia de fundos muito utilizada para gestão de liquidez e tendencialmente uma primeira alternativa aos depósitos a prazo, pelo seu baixo perfil de risco. São os fundos de curto prazo, anteriormente designados de fundos de tesouraria. O segmento tem um património sob gestão superior a 782 milhões de euros.

E, percorrendo as maiores categorias do mercado nacional, que são sete, encontram-se os FIA Monetários e os Fundos Flexíveis. A primeira categoria soma mais de 684 milhões e a segunda aproximadamente 563 milhões de euros.

Fora dos sete gigantes, ou seja, das sete maiores categorias da indústria portuguesa de gestão de ativos, está aquela que regista o maior crescimento percentual em 2015. São, precisamente, os fundos de obrigações internacionais, aqueles que, nos primeiros nove meses do ano, apresentam um aumento percentual superior a 57%, muito embora falemos apenas de dois produtos. 

As maiores categorias da APFIPP

Categoria Nº de fundos Ativos sob gestão *
MultiAtivos Defensivos 11  1 624,40 €
Mercado Monetário Euro 3  1 621,80 €
Fundos PPR 15  1 200,30 €
Obrigações Taxa Indexada Euro 10  813,50 €
Curto Prazo Euro 9  782,30 €
FIA Monetário 1  684,00 €
Fundos Flexíveis 20  563,00 €

Fonte: APFIPP no final de setembro. * em milhões