Cinco gráficos para entender o poder do ESG na indústria de fundos

Em termos gerais, é evidente que o volume de ativos em fundos de investimento que seguem critérios ambientais, sociais e de governance (ESG) está ainda muito abaixo do património dos produtos tradicionais. “É uma tendência que ainda está no seu início”, assegura Detlef Glow, diretor de Análise para a EMEA da Refinitiv.

Segundo dados da Refinitiv Lipper, no fecho do ano passado, na Europa havia dois biliões de euros em fundos ESG. Isto representa 15% do total da indústria europeia de gestão de ativos. Por categoria, os produtos de ações são os que aglutinam mais património (1,1 biliões de euros), seguido dos de obrigações (400.000 milhões) e dos mistos (300.000 milhões).

Gráficos 1 e 2: Quota de mercado dos produtos ESG por classe de ativos

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Em 2020 a indústria europeia de gestão de ativos registou entradas líquidas no valor de 574.000 milhões de euros. Trata-se do segundo melhor ano de captações do setor em toda a sua história. Mais de metade desses fluxos recebidos (290.000 milhões, o que é o mesmo que 50,5% do total) foram diretamente para estratégias sustentáveis.

Essas captações concentraram-se principalmente em fundos temáticos, tanto de ações como de obrigações e mistos. Quase 260.000 milhões de euros desses 290.000 milhões que atraíram os produtos ESG foram canalizados através deste tipo de estratégias.

Gráfico 3: Fluxos de fundos por classe de ativos em 2020

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Uma análise mais detalhada revela como os investidores europeus estão a preferir estratégias de gestão ativa para investir com critério sustentáveis. Quase 84% do património na Europa em fundos ESG está em estratégias de gestão ativa. No que respeita os fluxos registados no ano passado, três em cada quatro euros captados pelos veículos ESG foram para produtos de gestão ativa.

Gráfico 4: Quota de mercado e evolução de fluxos em 2020 por tipo de produto (ativo ou passivo)

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“Há várias razões pelas quais os investidores preferem apostas na gestão ativa para investir em ESG. Uma delas é que estão convencidos de que os gestores ativos vão ser capazes de ultrapassar os produtos passivos. Isto deve-se ao facto de um gestor ativo poder reagir antes da hora de mitigar o impacto de uma má notícia sobre uma empresa ou setor. Não têm de esperar para reequilibrar a carteira”, explica Glow.

Segundo o especialista da Refinitiv, outras das razões é que os investidores consideram que os gestores ativos são mais dados à ação no momento de exercitar os seus diretos de voto ou na hora de interagir com as equipas diretivas das empresas para que apliquem políticas de sustentabilidade. De acordo com o especialista, um terceiro motivo seria a escassez de produtos passivos de ESG.

Por último, vale referir que no mundo da gestão passiva, o ESG está a ser produzido a partir de uma circunstância curiosa. A maior parte do património da indústria europeia em veículos passivos concentra-se em fundos indexados (quase 70%). Não obstante, no ano passado, 61% dos fluxos ESG em gestão passiva foram canalizados através de ETF.

Gráfico 5: Quota de mercado e fluxos para fundos passivos por tipo de produto em 2020 (ETF versus fundos indexados)

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