Chegámos à última análise da evolução média da alocação dos fundos perfilados. Desta vez é altura de olharmos para a alocação dos produtos mais agressivos ao longo do último ano.
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O último ano começou com um sentimento positivo nos mercados, mas a partir do quarto trimestre começou a nascer o medo de um abrandamento económico à medida que os preços da energia subiam, a inflação galopava, e nascia uma nova variante da COVID-19. Contudo, no fundo, 2021 foi um grande ano para investidores com um perfil de risco médio-alto, o oposto do que experienciaram os investidores conservadores.
Assim, de que forma estes fatores influenciaram a alocação dos fundos perfilados agressivos nacionais? Depois de analisados a evolução da alocação dos produtos defensivos e moderados, e com dados da Morningstar do final de 2021, analisamos a evolução média da alocação dos fundos perfilados mais agressivos em 2021 focando-nos nas classes de ativos e geografias das carteiras médias dos produtos.
Liquidez: o refúgio dos gestores
Neste contexto, e tal como temos vindo a verificar, nos três perfis de risco dos fundos perfilados há uma tendência bem clara: em média, os gestores aumentaram a alocação a ações ao longo do último ano. No caso específico dos fundos perfilados agressivos, foi em maio que se registou o valor médio máximo de alocação (68,87%).
No entanto, foi a liquidez que, em média, desde janeiro a dezembro ganhou o maior predomínio nos portefólios dos 16 fundos nacionais que constituem este grupo. Em números, em janeiro de 2021 os gestores detinham, em média, 5,12% das carteiras em liquidez e, em dezembro, esse número era de 9,73%.
Nas ações, América é preferida
A aposta nas ações americanas foi evidente ao longo do último ano. Aliás, constatámos mesmo que os gestores internacionais não estavam tão sobreponderados em ações dos EUA desde 2013. Efetivamente, os gestores dos fundos perfilados nacionais agressivos não ficaram de fora desta tendência e foi a região que mais aumentaram a exposição em 2021.
A Europa desenvolvida e a América Latina foram as duas outras regiões a que os gestores aumentaram a sua exposição face ao início do ano. De facto, a FundsPeople apresentou no último ano algumas causas para a maior inclusão das ações europeias nas carteiras.
Nas obrigações, a Europa lidera
Já nas obrigações, a exposição à Europa desenvolvida diminui 5,3 pontos percentuais, no entanto, continua a ser a região a que os gestores, em média, estão mais expostos. A ponderação na América do Norte, por outro lado, subiu 0,84 pontos.
Efetivamente, novembro foi um mês em que se registaram significativas variações na alocação geográfica desta componente de obrigações. Por exemplo, é possível ler na ficha mensal do BPI Reforma Global Equities PPR/OICVM que, neste mês, "o mercado de obrigações foi condicionado pela aversão colocando pressão nas yields que caíram significativamente tanto na dívida pública alemã como na americana".
Obrigações perdem peso
Tal como podemos observar no gráfico abaixo, a alocação a obrigações soberanas e corporativas diminui em 2021, sendo que a que experimentou uma maior queda foram as soberanas. O valor médio máximo registado pelas obrigações empresariais deu-se, de facto, no primeiro mês de 2021, altura em que, em média, os perfilados agressivos detinham 15,37% de exposição a este ativo. Já no último mês do ano, este valor era de 13,25%.
De recordar que, em 2021, incluídos nesta análise estão os seguintes fundos perfilados: Bankinter 75 PPR, BPI Reforma Global Equities PPR/OICVM, BPI Reforma Valorização PPR/OICVM, Caixa Arrojado PPR/OICVM, Caixa Wealth Arrojado, Caixa Seleção Global Dinâmico, NB Dinâmico, IMGA Alocação Dinâmica, Montepio Multi Gestão Dinâmica, Optimize Capital Reforma PPR/OICVM Agressivo, Optimize Capital Reforma PPR/OICVM Ativo, Optimize Selecção Agressiva, Popular Global 75, Santander Private Dinâmico, Santander Select Dinâmico, Smart Invest PPR/OICVM Dinâmico.