No que toca à utilização destes instrumentos no fixed income, a opinião de Francisco Falcão, responsável de Investimentos da Hawkclaw Capital Advisors, coincide, principalmente, com a de João Zorro. Na sua ótica, “a utilização de ETF faz sentido, principalmente em momentos em que a perspetiva de ganho por via beta é mais evidente, seja por via da compressão dos spreads de crédito ou por via de quedas das taxas de juro”.
Sobre o impacto dos ETF no mercado obrigacionista, o profissional da Hawkclaw Capital Advisors começou por referir que a indústria de ETF equivale sensivelmente a 2% do mercado de fixed income. Como consequência, “a priori, os ETF não terão grande impacto a não ser em casos específicos. Ou seja, casos em que há uma posição muito grande da qual o produto poderá ter que se desfazer e, nesse caso em concreto, passa a haver um problema específico”, explicou.
Francisco Falcão procurou também tocar na questão da liquidez, afirmando que este é um ponto inerente quer aos ETF de obrigações, quer aos ETF de ações. “O bid e ask spread acaba-se por refletir exatamente no desconto do preço do ETF face ao NAV”, esclareceu.
Refletiu, por fim, sobre a competição existente entre um ETF de obrigações vs. um fundo gerido ativamente, nomeadamente no diz respeito ao tracking. “As obrigações que estão no índice têm uma oferta limitada, portanto, o ETF deveria ter um limite de investimento, porque, caso contrário, o produto tem muita dificuldade de fazer o tracking”, concluiu.
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