Como se comportam as ações, as obrigações e o dinheiro quando a Reserva Federal começa a descer as taxas?

Reserva Federal
Créditos: Joshua Woroniecki (Unsplash)

A rentabilidade média das ações americanas foi 11% superior à inflação nos 12 meses posteriores ao início das descidas das taxas de juro por parte da Reserva Federal. As ações também superaram, em média, as obrigações do estado em 6%, e em 5% as obrigações corporativas.

O dinheiro ficou ainda mais para trás. As ações superaram o dinheiro, em média, em 9% nos 12 meses posteriores ao início da descida de taxas. As obrigações também foram uma melhor opção do que o dinheiro. 

Estas são as conclusões de uma nova análise realizada por Duncan Lamont a longo prazo sobre a rentabilidade dos investimentos durante 22 ciclos de descidas das taxas de juro nos EUA desde 1928 (ver tabela abaixo).

Tal como explica o responsável de Investigação Estratégica na Schroders, as ações preferem evitar uma recessão, mas, normalmente, mesmo quando ocorre uma queda significativa da atividade económica, têm um bom desempenho.

Estas rentabilidades são ainda mais impressionantes se for tido em conta que, em 16 dos 22 ciclos, a economia americana já estava em recessão quando começaram as descidas, ou entrou noutra nos 12 meses seguintes. As datas das recessões estão marcadas na tabela acima e sombreadas no gráfico abaixo. As rentabilidades das ações foram melhores quando foi evitada uma recessão, mas mesmo quando isso não aconteceu, continuaram a ser, em média, positivas.

“Há grandes exceções e, obviamente, uma recessão não é algo que se deva saudar, mas - para os investidores em bolsa - também nem sempre foi algo a temer indevidamente”, explica o especialista.

Pelo contrário, para os investidores em obrigações, costuma ser melhor se ocorrer uma recessão. Costumam beneficiar da compra de ativos refúgio (especialmente obrigações soberanas), que fazem baixar os retornos e aumentar os preços das obrigações. Mas também se têm saído bem quando se evita uma recessão. As obrigações corporativas superaram, em média, as obrigações do estado, no cenário de uma maior recessão económica.

“A gama de rentabilidades históricas é ampla para as ações e obrigações, mas ambas tiveram um bom desempenho quando a Reserva Federal começou a descer as taxas”, concluiu Lamont.