Conheça a estratégia da Franklin Templeton perante um aumento das taxas de juro

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Pablo Bertoloze, Flickr, Creative Commons

“Vemos o aumento nas taxas de juro como uma questão de tempo” - assim começa o último relatório divulgado pela Franklin Templeton Investments, que se intitula precisamente de “Posicionados para um contexto de aumentos das taxas de juro.”

Michael Hasenstab e Sonal Desai, ambos do departamento de obrigações da entidade, confirmam a sua visão de que o aumento das taxas de juro está para breve, referindo que acreditam que “os défices fiscais, as políticas monetárias acomodatícias, e a pressão inflacionária de alguns países  podem empurrar as taxas de juro para um patamar estruturalmente mais elevado”. Com esta perspetiva traçada, os especialistas da Franklin Templeton revelam no relatório que não veem valor nas obrigações de longa duração, por causa das taxas terem atingido valores historicamente baixos nos mercados desenvolvidos.

Aumentos serão mais dolorosos

O exemplo apresentado pelos economistas para dar conta da ameaça provocada por este contexto de taxas de juro vai buscar como referência os EUA. “As yields do tesouro norte-americano a 10 anos têm passado por um declínio constante durante os últimos 30 anos. Nos últimos anos as yields americanas têm sido superficialmente reprimidas pela flexibilização da política monetária”, apontam.  Para Hasenstab e Desai este tipo de estratégia política só irá atrasar um inevitável aumento nas taxas de juro, que quando chegar será, dizem, “provavelmente mais doloroso”.

Gestão ativa com limites de exposição

Perante isto, o investidor está com certeza hesitante no que toca ao investimento nos tradicionais fundos de obrigações globais, por causa da relação inversa entre os preços e as yields. No entanto, a entidade alerta que a estratégia usada nos fundos Templeton Global Bond e Global Total Return pode deixar os investidores “dormir descansados”. Estes fundos são “ativamente geridos em termos de moeda, enquanto o crédito e os riscos de taxas de juro são geridos de forma independente”, ressalvam no relatório.

Nós temos como objetivo limitar a exposição que seja feita apenas às oportunidades mais atraentes (na nossa perspetiva), com a intenção de maximizar o potencial de retorno ajustado ao risco”.

Para a gestora o “segredo” está na “flexibilidade na seleção dos targets de risco, enquanto se evitam ou cobrem riscos indesejáveis, o que irá gerar resultados positivos numa variedade de contextos de mercado”.