O investimento em ações no velho continente tem sido tudo menos simples. Perante os diferentes cenários, diferentes tipos de estratégias poderão proporcionar melhores retornos, conforme o momento de mercado. Neste artigo, focamos nos produtos Consistentes três sub-categorias que abarcam três estratégias diferentes de investimento em ações europeias.
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A última década tem sido marcada por uma multiplicidade de cenários atípicos nos mercados de ações europeus. Uma crise financeira global, seguida de uma crise de dívida na Europa, que distanciou os países periféricos dos países core, numa União Europeia a duas (ou mais) velocidades, e culminando com o Brexit a assombrar o processo de integração. O investimento em ações no velho continente tem sido, portanto, tudo menos simples. Perante os diferentes cenários, diferentes tipos de estratégias poderão proporcionar melhores retornos, conforme o momento de mercado.
As sub-categorias Europe Large Cap Equity Value, Growth e Blend, incluem produtos que concentram os seus investimentos em ações de empresas cujo potencial de crescimento e valor intrínseco diferem.
A primeira, Europe Large Cap Value, inclui, segundo os critérios da Morningstar, estratégias que investem predominantemente em ações de empresas europeias de elevada capitalização de mercado. O ‘valor’ é definido com base em baixas valorizações (baixos rácios de preço e elevada yield de dividendo), baixo crescimento dos resultados, vendas e cash-flow. Pelo menos 75% dos ativos são investidos em ações, e dessas, 75% são investidas em ações de empresas europeias (incluindo o Reino Unido). A sub-categoria inclui um produto consistente da M&G Investments cujo retorno a três anos atinge os 10,01%, ligeiramente aquém, da média das outras duas categorias focadas neste artigo e a par com uma volatilidade de 13,15% no mesmo período. O ano de 2015 penalizou o património do fundo em 4,28%, tendo por isso fechado 2015 com 1.426 milhões de euros sob gestão. Desde o início de 2016 até dia 13 de abril, a quebra cifra-se em -5,28%.
Com uma posição mista em termos de valor e crescimento, a sub-categoria Europe Large Cap Blend Equity é, segundo a Morningstar, bastante representativa do mercado de ações europeu no geral (incluindo o Reino Unido) em termos de dimensão, taxas de crescimento e preço. O estilo Blend é atribuído a fundos cujo estilo não é predominantemente valor ou crescimento. Estes produtos tendem a investir em todo o espectro de sectores na Europa. Com 10 produtos consistentes, o retorno médio anualizado a três anos atingiu os 12,26%, variando entre 8,2% e 17,45%, com um desvio padrão médio de 12,44%, sem grande dispersão.
O ano de 2015 evidencia uma maior diferenciação nos retornos, com o fundo melhor sucedido a atingir 6,14% de rentabilidade e o menos rentável, -3,51%. Já em 2016, até dia 13 de abril, todos os produtos mostravam retornos negativos (entre -10,09% e -2,55%). Em termos de ativos sob gestão, a categoria está longe de ser homogénea, já que o menor fundo geria, no final do exercício passado, pouco menos de 130 milhões de euros, enquanto o maior atingia os 7.247 milhões de euros.
Por último, focados em ações de empresas europeias de elevada capitalização de mercado, com uma valuation elevada em termos relativos ou com elevado potencial de crescimento estimado, estão os fundos que se incluem na categoria Europe Large Cap Growth Equity. Estes produtos investem predominantemente em sectores que evidenciam um ritmo de expansão elevado. Pelo menos 75% dos ativos totais são investidos em ações e dessas, 75% são alocados a ações de empresas europeias. Esta sub-categoria inclui dois produtos consistentes, que evidenciam um retorno médio anualizado a três anos de 10,97% com um desvio padrão de 12,25%. Os produtos Consistentes desta sub-categoria são os que mostram melhores resultados no volátil exercício de 2015, ganhando uma média de 7,05% no período. Year-to-date, ambos os produtos foram penalizados pelo mercado, recuando em média 3,13%. A dimensão média atinge os 944 milhões de euros.
UBS AM
Com um portefólio 100% orientado para ações domiciliadas ou predominantemente ativas na Europa desenvolvida (incluindo cerca de um terço do património no Reino Unido), este fundo aposta, principalmente, em sectores defensivos e sector financeiro. Tem uma rotatividade baixa, indicativa de uma perspectiva investimento a médio/longo prazo. O fundo usufrui da sua grande liberdade no que concerne a tomada de posições curtas e utilização de derivados. A gestão é assegurada por Maximilion Anderl e Jeremy Leung.
Fundo focado no investimento em ações de grande ou média capitalização bolsista de economias europeias desenvolvidas, incluindo o Reino Unido (onde tem uma posição de aproximadamente 29%). Aposta em sectores predominantemente defensivos, destacando-se o consumo básico e saúde, bem como no sector financeiro. Maximilion Anderl e Jeremy Leung são os gestores do fundo.
Fundo de ações de empresas de elevada capitalização bolsista, sediadas ou com atividade na Europa, incluindo Reino Unido (39%). O estilo de investimento está inclinado para ativos com elevado potencial de crescimento. Com uma ponderação de cerca de um quinto do portefólio, o sector dos serviços financeiros está sobre-ponderado, seguido pelos da saúde, consumo cíclico, tecnologia e consumo básico. A equipa de gestão é liderada por Nigel Bolton e Amy Dey.
Com uma carteira bastante diversificada sectorialmente, o Invesco Pan Europan Structures Equity Fund é gerido com um estilo orientado para empresas de elevada capitalização bolsista, mas sem uma clara tendência no binómio value/growth. O enfoque geográfico está concentrado em empresas europeias, com pouco mais de um terço afeto ao Reino Unido. Michael Fraikin e Thorsten Paarmann são os homens ao leme deste fundo.
Fundo de investimento que investe o seu portefólio em empresas europeias de elevada capitalização bolsista, com um estilo misto. Tem cerca de um terço do seu património alocado ao Reino Unido. A gestão, assegurada por Dean Tenerelli, aposta principalmente nos sectores de serviços financeiros e consumo cíclico, seguidos do sector da indústria.
Amundi
Gerido com um estilo orientado para empresas de elevada capitalização bolsista e um misto entre valor e crescimento, o portefólio do fundo está concentrado na Europa desenvolvida, incluindo cerca de um terço dos ativos alocados ao Reino Unido. A gestão, assegurada por Melchior Dechelette, aposta principalmente em sectores defensivos.
Com um enfoque em empresas de elevada capitalização bolsista da Europa desenvolvida (incluindo 20% dos ativos alocados ao Reino Unido), este fundo, historicamente orientado para o valor intrínseco, apresenta-se na atualidade com um estilo misto. Os serviços financeiros têm a maior ponderação na carteira, seguidos pelo sector industrial, consumo cíclico, saúde e consumo básico. A equipa de gestão é liderada por Michael Barakos, Nicholas Horne e David Matthew Allen.
Pictet
Fundo com um política de investimento orientada para capturar o elevado potencial de empresas que praticam princípios de desenvolvimento sustentável na sua atividade. A gestão utiliza dados ambientais, sociais e de corporate governance, para definir o universo de investimento, e métodos quantitativos, para selecionar ativos estáveis financeiramente. O fundo investe em ativos de elevada capitalização de mercado na Europa, incluindo Reino Unido. A carteira tem uma sobre-ponderação aos serviços financeiros, seguido dos sectores da saúde, industrial e consumo defensivo e cíclico. A gestão é assegurada por Laurent Nguyen.
Fidelity
Com um estilo claramenteorientado para ações de empresas com elevada capitalização bolsista e elevado potencial de crescimento, o fundo aposta, principalmente, nos sectores da saúde, tecnológico e industrial. Geograficamente investe em empresas sediadas ou com atividade na Europa desenvolvida, incluindo Reino Unido. Fabio Riccelli é o gestor do fundo.
Legg Mason
No portefólio deste fundo é evidente a preferência da gestão pelo sector dos serviços financeiros, cuja ponderação é quase o dobro do seguinte sector mais relevantes. Nas posições de destaque incluem-se também os sectores de utilities, consumo básico, comunicações e indústria. É evidente uma política de investimento orientada para o valor intrínseco, de entre o universo de ações de empresas de elevada capitalização de mercado, na Europa desenvolvida, incluindo Reino Unido. A equipa de gestão é liderada por Joseph S. Giroux e Stephen A. Lanzendorf.
Jupiter
Este fundo, gerido por Cédric de Fonclare, apresenta um estilo orientado para empresas de elevada capitalização de mercado com elevado potencial de crescimento. É um fundo com uma rotatividade muito baixa dos ativos em carteira. Está sobre-ponderado no sector financeiro, mas tem também posições relevantes nos sectores de consumo cíclico, tecnologia, saúde e industrial. Investe em ações de mercados europeus, incluindo do Reino Unido.
O fundo, gerido por Rajiv Jain, aposta em empresas de elevada capitalização bolsista, com uma orientação geográfica para a Europa desenvolvida, incluindo Reino Unido. Possui também uma pequena percentagem de ações norte-americanas. Os ativos apresentam uma elevada rotatividade em carteira e estão sobre-ponderados no sector do consumo básico, com um peso de cerca de dois quintos na carteira. Este sector em conjunto com os sectores da saúde e consumo cíclico atingem uma ponderação de 75% do total dos ativos.
M&G
Fundo com uma orientação para ações de empresas de elevada capitalização bolsista e valor intrínseco, sendo este enfoque no valor o factor chave no processo de seleção. No entanto, os estatutos do fundo conferem-lhe uma elevada liberdade na alocação dos ativos, tanto em termos geográficos (dentro do continente europeu) como em termos de dimensão, possuindo em carteira ações de empresas mais pequenas, embora pesem pouco no total. Os ativos estão concentrados na Europa desenvolvida, incluindo cerca de 28% no Reino Unido. Os sectores mais relevantes em carteira são os da saúde, serviços financeiros e consumo cíclico. Adicionalmente, cerca de 8% dos ativos estão alocados a um fundo de investimento. O fundo é gerido por Daniel White e Richard Halle.
Rentabilidade acumulada
Risco e retorno
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