A COVID-19 que há dois anos se afigurou como um grande risco para os seguros e fundos de pensões continua no radar da ASF, que adiciona outros tantos fatores de monitorização, como a inflação ou as alterações climáticas.
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O primeiro a que se referem é o de "potenciais correções descendentes dos preços dos ativos decorrentes da perceção de desalinhamento entre a valorização dos ativos e os seus fundamentais económico-financeiros". A ASF alerta assim que em termos nacionais este risco torna-se "particularmente relevante dada a elevada concentração das carteiras de investimento em grupos económicos e setores financeiros restritos".
Inflação e taxas de juro
O tão badalado aumento da inflação não fica de fora do radar. Entendem que se este aumento for "persistente", poderá "conduzir a uma deterioração da capacidade de geração de novo negócio em determinados segmentos por intermédio da menor capacidade de poupança e poder de compra". Isto juntamente com as "potenciais perdas do lado dos ativos no seguimento do aumento das yields dos títulos (ainda que acompanhado por uma redução do valor das responsabilidades)".
Em seguida falam da incerteza trazida pelo agravamento dos casos de COVID-19, na sequência da disseminação da variante Ómicron é também frisada pela ASF. Junta-se à equação "a manutenção do ambiente de baixas taxas de juro", que dizem condicionar "significativamente a atratividade das garantias mínimas oferecidas nos seguros financeiros não ligados". Um risco que a ASF entende que se poderá manter durante algum tempo, como visível no esquema seguinte:
Fonte: ASF. Relatório de Estabilidade Financeira
Sustentabilidade e riscos cibernéticos
Por fim, as alterações climáticas e os riscos operacionais e cibernéticos. Sobre as alterações climáticas e a transição para uma economia mais sustentável e de baixo carbono, a ASF vislumbra vários tipos de riscos. "Encerra riscos de governação, reputacionais, legais e tecnológicos, com importantes desafios ao nível da alocação de capital e gestão de riscos conexos com o clima", escrevem.
A afetar as operações, por outro lado, estão os riscos cibernéticos. O regulador acredita que estes são "uma das principais fontes de riscos operacionais a que as entidades estão expostas". Falam dos "potenciais impactos a nível financeiro e reputacional, e que se têm vindo a adensar com a aceleração do processo de digitalização e maior dependência em soluções remotas e digitais".