Gestores espanhóis têm em comum o investimento em empresas portuguesas para as suas carteiras de fundos.
Gestores de fundos de acções ibéria que participaram na Decorreu na segunda conferência de investimentos organizada pela Morningstar em Madrid têm nas suas carteiras empresas portuguesas como a Semapa, Portucel ou Portugal Telecom. Gonzalo Lardiés, Fernando Bernad e Iván Martin (gestores do Banco Madrid Gestión de Activos, Bestinver AM e Santander AM respectivamente, e da esquerda para a direita na foto) também têm em comum o investimento em grandes empresas espanholas como a Repsol ou Telefónica.
As posições em empresas portuguesas devem-se a uma análise fundamental positiva e desprendida do contexto macro, pouco atractivo, do país. Isto caracteriza o estilo de investimento ‘value’ adoptado em cada um destes fundos assim como a “disciplina e critério próprio” necessário para separar o trigo do joio. Desta forma, Martín tem uma exposição a Portugal de cerca de 10% das posições do fundo que gere, desde há uns meses, Santander Acções Espanholas, principalmente em empresas exportadoras cuja fonte de lucros seja fora do país, como a Semapa, Portucel ou a eléctrica Galp, segundo explicou no evento da Morningstar. Na carteira de Lardiés, o peso das empresas nacionais situa-se aproximadamente nos 6%, com dois nomes – Portugal Telecom e Semapa - no fecho do trimestre segundo dados da Comissão Nacional de Valores Mobiliários (CNMV) de Espanha.
Na carteira do Bestinver Bolsa, as acções portuguesas representam cerca de 35% do património dos fundos, de acordo com dados da CNMV no fecho do primeiro trimestre deste ano. O atractivo, segundo explica Bernad, é a história de empresas, como a Semapa, que está desde 2007 entre as suas principais posições. Na sua carteira também constam nomes como a EDP, Zon Multimédia, Altri, Portugal Telecom ou Galp. A Sonae também faz parte desta selecção de títulos, apesar da história ser um pouco diferente das anteriores. “Está mais ligada ao negócio doméstico mas tem uma grande qualidade, estando cotada, actualmente, com um importante desconto relativamente ao seu valor real. Em caso de uma situação negativa, a margem de segurança é suficiente”, comenta.
Por último e não tendo participado no evento, Pablo Cano, responsável pela equipa gestora do fundo de acções espanholas da Aviva Gestión, que, no primeiro trimestre, registou uma rendibilidade de 4% no Aviva Espabolsa 2. Numa recente entrevista à Funds People, assegurava que estudavam a entrada no mercado accionista português e, de facto, já o fizeram, tendo uma posição de 6% na Galp.