O número de OICVM nacionais cresceu no último ano para os 135. Contudo, as notícias de crescimento ficam-se por aí: os ativos sob gestão voltaram a derrapar no fecho de 2018.
O último mês de 2018 revelou uma tendência inversa entre a evolução do valor sob gestão dos OICVM e o próprio dinamismo do mercado em si, que assistiu ao nascimento de quatro novos fundos de investimento.
Segundo o reportado pela CMVM nos seus indicadores mensais dos fundos de investimento mobiliário, o mês de dezembro fechou com os OICVM a valerem 10.469,5 milhões de euros, o que se traduz numa diferença de 191,3 milhões de euros face a novembro. O mesmo cenário decorreu em relação aos organismos de investimento alternativo, cujos ativos sob gestão decresceram 4,1% para os 751,5 milhões de euros. Na sua globalidade, os ativos sob gestão contraíram 1,95% no mês.
Como já referido, no mês de dezembro duas gestoras decidiram complementar a sua oferta de produtos, mais concretamente a Caixagest e a Optimize Investment Partners. No caso da primeira, a entidade lançou para o mercado uma gama de fundos Caixa Wealth, com perfis de risco distintos, que dão origem aos fundos Caixa Wealth Moderado, Caixa Wealth Defensivo e Caixa Wealth Arrojado.
Do lado da Optimize Investment Partners, o produto criado corresponde a um fundo de poupança reforma, de nome Optimize Capital Reforma PPR/OICVM Agressivo, que, tal como a entidade contava recentemente à Funds People, “poderá investir até 100% em ações”, e bebe precisamente das alterações executadas em 2018 nas regras de composição do património dos fundos de poupança.
Mês de quedas nas ações nacionais
As informações referidas pela CMVM mostram que no mês de dezembro a bolsa nacional não esteve na melhor forma. Praticamente todos os títulos experienciaram a uma queda, como visível na tabela abaixo. Embora o BCP se tenha mantido como o “peso-pesado” destas carteiras, o título financeiro decresceu mais de 11% dentro dos portefólios de fundos nacionais, o que decorre da própria desvalorização do título no mês em causa.
No que respeita ao investimento em títulos da União Europeia, os mais representativos nas carteiras dos fundos de investimento foram a LVMH, a Siemens e a Diageo. Fora da União Europeia destacaram-se a Microsoft, a Nestlé e a Procter & Gamble.
No que toca ao investimento por tipo de ativos e de mercados, embora com uma proporção diminuta dentro das carteiras, destaque por exemplo para UPs de fundos nacionais que avançaram 11,3% no mês, terminando dezembro a valer 201,7 milhões de euros dentro das careiras. Como visível também nas informações abaixo, as obrigações estrangeiras continuam a ser a rubrica mais expressiva dentro dos portefólios – valendo mais de 3.000 milhões de euros – muito embora tivessem reduzido a sua expressão em dezembro (-3,3%).