A XTrackers impulsiona a inovação com a tokenização de fundos e a expansão digital, transformando o acesso a ETF através de acordos estratégicos com plataformas digitais e a análise de comissões competitivas.
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A gestora DWS, com César Muro à frente das vendas de gestão passiva para Espanha e Portugal, enfrenta 2025 focada na inovação e nos canais digitais como motores essenciais para o seu negócio de ETF. Em 2024, a DWS alcançou captações líquidas de 36 mil milhões de euros, atingiu uma quota de mercado de 14,5% e consolidou a sua posição com produtos de destaque, como ETF de liquidez e temáticos em inteligência artificial.
Para 2025, a estratégia da DWS inclui ampliar os acordos com plataformas digitais como a Scalable Capital, a TradeRepublic e a ING, passando das três colaborações atuais para cerca de nove a 10. O objetivo é aumentar a visibilidade dos ETF e promover a educação financeira sobre o seu uso. Além disso, a gestora planeia novos lançamentos em gestão ativa, fortalecer as soluções para investidores do segmento wealth e reduzir comissões em produtos estratégicos.
Resultados da DWS XTrackers em 2024
A DWS teve um ano histórico em 2024, captando 36 mil milhões de euros em ETF e ETC, o que representou 14,5% das entradas totais, ficando apenas atrás da iShares. Os ativos sob gestão ascenderam a 264 mil milhões de euros, e a quota de mercado subiu de 10,3% para 10,9%, tornando a DWS o terceiro maior fornecedor de ETF. “Se tínhamos uma quota de 10,3% e captámos 14,5% das entradas de capital, significa que o nosso desempenho superou em muito a nossa posição de mercado”, enfatizou Muro.

Entre os produtos mais populares destacou-se um ETF de liquidez vinculado à taxa de juro do Banco Central Europeu, com 13,4 mil milhões de euros sob gestão. A inovação também desempenhou um papel crucial. A DWS lançou ETF com maturidade definida (target maturity), ETF de ativos digitais em parceria com a Galaxy e um produto temático de inteligência artificial, que se tornou o maior ETF temático da Europa, com 4,5 mil milhões em ativos sob gestão.

No que diz respeito a estratégias ESG ou ISR, Muro reconheceu que estas não têm funcionado tão bem, embora haja uma ligeira procura.
Tendências para 2025
Muro destacou as principais tendências que continuarão a impulsionar o mercado de ETF:
- ETF de gestão ativa: este segmento está a crescer rapidamente na Europa, atingindo uma quota de 2,5%. Embora ainda inferior aos 10% nos EUA, espera-se que a transformação de fundos ativos em ETF acelere a sua adoção. “O tempo de maturação dos ETF de gestão ativa é maior, mas a sua capacidade de multiplicar ativos graças à visibilidade é enorme”, afirmou Muro.
- Ativos digitais: nos EUA, os criptoativos geridos através de ETF ultrapassam os 100 mil milhões de dólares. Embora a Europa ainda esteja atrás, a DWS aposta num crescimento futuro sustentado pela regulação e inovação.
- Rendimento fixo: este segmento consolida-se como um motor de crescimento, especialmente em estratégias de curto prazo e elevada liquidez. Os ETF de rendimento fixo estão a tornar-se uma alternativa cada vez mais competitiva face a outras opções de investimento.
- Investimento temático: apesar de o entusiasmo inicial ter diminuído, temas como inteligência artificial e defesa continuam a atrair fluxos significativos. “Com uma estratégia vencedora, os ETF temáticos podem ser muito atrativos”, comentou Muro.
- Investidores de retalho: O crescimento deste segmento é fundamental na Europa, com taxas de crescimento próximas dos 30% em alguns mercados.
Os canais digitais e os neobancos são cruciais para essa expansão, oferecendo acesso a ETF de baixo custo e a planos de poupança acessíveis. Muro destacou que os investidores mais jovens utilizam ferramentas tecnológicas para se informarem e realizarem operações de forma autónoma, tornando-se um motor essencial para o crescimento do mercado.
Inovação e objetivos da DWS
A inovação continuará a ser um pilar central da estratégia da DWS. Entre os objetivos para 2025 está a ampliação da oferta de gestão ativa e de soluções enhanced, que combinam estratégias passivas com um rigoroso controlo do erro de replicação.
A DWS está a explorar a tokenização de fundos e ativos em blockchain, o que poderá transformar o acesso dos investidores a esses produtos. Esta inovação, combinada com a nova regulação emergente na Europa, reforça a sua posição no mercado digital.
Além disso, Muro destacou que a DWS desenvolveu ETF de réplica híbrida, combinando estratégias físicas e sintéticas para otimizar a eficiência fiscal em mercados como a China e a Índia. Em 2024, a gestora também expandiu a gama de ETF target maturity, com vencimentos até 2034 e opções mais flexíveis para os investidores. A DWS está a reduzir comissões em produtos estratégicos e a expandir a rede de acordos digitais para alcançar um público mais vasto. Um ponto relevante é o foco em ETF de grande dimensão. Muro enfatizou que “a escalabilidade é essencial para o sucesso; os ETF com 1.000 milhões de euros sob gestão têm um maior potencial de crescimento”.