O BPI Technology Revolution foi o fundo com gestão nacional mais rentável de 2023. Lançado em 2021, é um fundo de ações que nasce da reconversão do BPI América.
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Ainda sobre os fundos mais rentáveis de 2023, destacamos aquele que foi, precisamente, o mais rentável dos produtos geridos por entidades nacionais, o BPI GIF Technology Revolution. Este fundo, lançado em 2021, com gestão nacional, mas domiciliado no Luxemburgo, é um fundo de ações que nasce da reconversão do BPI América Lux. Como o próprio nome indica, é focado no setor tecnológico, mais concretamente em empresas pioneiras nos vários temas presentes na revolução tecnológica, como a robótica, a inteligência artificial, a análise de grandes volumes de dados ou aprendizagem automática. Ainda que não existam restrições geográficas na alocação de ativos, é nos Estados Unidos que o fundo tem concentrado a maior parte do seu investimento.
Questionado sobre os fatores que mais contribuíram para o bom desempenho desta estratégia, Eduardo Monteiro, gestor da BPI Gestão de Ativos, assinala que tal não se deveu particularmente “à valorização das sete magníficas, uma vez que essas pesaram no fundo, em média, menos de 20% ao longo do ano”. Vai ainda mais longe e diz até que “o principal objetivo do fundo é tentar encontrar as próximas sete magníficas em qualquer setor de crescimento associado à revolução tecnológica que está em curso”.
O gestor recorre à subida das taxas de juro para justificar uma performance menos favorável em 2022, uma vez que tal “influenciou negativamente as empresas que ainda se encontram na fase de desenvolvimento de negócio” nos EUA. Conta ainda que, “a narrativa de 2022 era que se as taxas de juro subissem, essas empresas apresentariam uma underperformance”. De acordo com o gestor, essa ligação quebrou-se em 2023, pois as contínuas subidas de taxas não impediram o BPI GIF Technology Revolution de alcançar um retorno superior a 20%. Mesmo durante a fase de subida das taxas, em 2023 “a dinâmica de crescimento das empresas do setor tecnológico e os seus menores múltiplos de avaliação permitiram que o fundo tenha apresentado uma boa performance”, refere.
Apesar do impacto das taxas de juro no desempenho do fundo, Eduardo Monteiro desvaloriza a influência das condições macroeconómicas na tomada de decisões de compra e venda de ativos para a carteira. O gestor explica que esta estratégia “tem uma abordagem sistemática, rigorosa e disciplinada de foco nas empresas que apresentam as melhores perspetivas de crescimento e não de gestão de timing de mercado”. Desta forma, a exposição do investidor é centrada no setor de investimento e não na opinião do gestor sobre o contexto do mercado.
Diversidade no setor tecnológico
“O setor tecnológico é um universo demasiado vasto para se ter uma opinião homogénea”, começa por dizer o gestor da BPI Gestão de Ativos sobre as perspetivas futuras, nomeadamente, para o setor em causa. Isso porque a abrangência do setor tecnológico, faz com que seja diferente falar sobre as sete magníficas em concreto, de outras empresas do setor, e até de as relacionar com os demais setores do mercado, tendo em conta que “todos têm uma certa dose de tecnologia”. Logicamente, nenhuma atividade poderá ficar indiferente ao impacto da inteligência artificial, quer no setor, quer no mundo em geral e como tal, é natural que “as receitas e os investimentos dos subsetores das empresas que beneficiam da explosão de atratividade nesta área, continuem a crescer a ritmos muito acima do setor”.
Ainda assim, o profissional crê que há boas oportunidades noutros subsetores como “os normais semicondutores, a empresas de armazenamento na nuvem, genética, carros elétricos e até tecnologias inovadoras de energia limpa”. Todos, garante, “presentes no BPI GIF Technology Revolution”, dependendo o seu peso “da evolução da sua importância a cada momento”.
Para Eduardo Monteiro, o potencial de crescimento destes temas a longo prazo, “deverá permitir a outperformance destes subsetores face ao índice global de ações”. Mesmo assim, deixa a nota que, “sendo estes temas claramente de longo prazo, perspetivar a sua performance anualmente é desaconselhável, porque vai depender muito do ponto de partida. Nesse sentido, aconselhamos que o investimento nestas temáticas seja claramente de longo prazo, de modo a beneficiar do crescimento estrutural dos temas”, conclui.