Em busca do Alpha “puro”

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Já há algum tempo que a rentabilidade positiva de um fundo deixou de ser a única componente mais importante do investimento. Aliás, tal resultado já não é sequer suficiente. Ali Chabaane, diretor de construção de carteiras da Pioneer Investments, acrescenta mesmo que “para além da rentabilidade, tem de se exigir consistência dos resultados, proteção do capital em períodos de queda e retornos ajustados ao risco”. Relembrando que o tempo dos instrumentos do mercado de obrigações tidos como lugar seguro já é passado, o especialista da entidade realça que atualmente “o grande desafio dos gestores é encontrar um alpha puro, investindo ativamente em múltiplas classes de ativos”. Tal desafio, acrescenta, torna-se ainda mais imponente quando se trata de produtos de retorno absoluto.

Repetir o sucesso da performance obtida no passado, pode ser o “calcanhar de aquiles” na busca deste alpha puro. Denominando esta caraterística da repetibilidade de resultados como a “sustentabilidade do alpha”, o responsável pela construção de carteiras da Pioneer, refere que o processo dos gestores deve contribuir para gerar este alpha, quer através do uso eficiente do risco disponível, da gestão eficaz da correlação entre os diferentes componentes da carteira e, finalmente, incorporando uma assimetria projetada para limitar o impacto dos drawdowns, caso o sucesso não se concretize.

Na Pioneer Investments a construção das carteiras e o orçamento de risco têm um papel fundamental quando o que está em jogo é combinar as ideias de investimento com as estratégias. Assim, a entidade acredita que existem 4 “ingredientes” fundamentais  que aumentam a probabilidade dos objectivos serem alcançados.

1 e 2) Motor de desempenho estável e bem articulado

Para a entidade, o desafio primário na definição de alpha está em separar a parte ativa da carteira, da parte passiva. “Ter sucesso nesta primeira parte, faz com que metade da “batalha” esteja conquistada”, refere o especialista. Em seguida é então importante que a parte ativa da carteira seja implementada de uma forma clara, através do uso de derivados, de forma a que se alcance “o tipo de risco pelo qual o investidor quer ser recompensado”. O diretor de carteiras da Pioneer indica também que num mercado mais volátil, os geradores de alfa devem manter todas as opções abertas e encontrar fontes adicionais de desempenho.

3) Apropriar o tamanho das posições

Num contexto onde cada investimento representa um olhar específico sobre cada segmento de mercado, “medir o nível de risco de forma apropriada é chave para determinar o tamanho das posições”, indica Ali Chabaane. “Esta medida de risco deve providenciar uma forma de se converter a medida escolhida, numa indicação única e comparável do tamanho da posição”, explica, referindo que “comparar as medidas de diferentes ideias de investimento deve depois indicar se o tamanho relativo de todas as posições é suficientemente apropriado para evitar a concentração e para equilibrar a carteira”, conclui.

4) Ferramentas do Drawdown

Segundo o especialista, o primeiro passo para se evitar o drawdown é fazer a diversificação da carteira de forma efetiva. “A gestão e o controlo da amplitude ajuda a proteger o fundo de uma ideia de investimento isolada que seja pobre”, diz, deixando um aviso de que, no entanto, esta gestão “não protege contra múltiplas ideias de investimento falhadas”.

O uso do stop loss e do profit taking é também uma das componentes chave destacadas na construção de carteiras da Pioneer Investments. “Somos muito ativos na hora de cortar nas perdas, e mais flexíveis a reunir os lucros. Isto permite-nos que a parte dos ganhos seja mais consistente do que a das perdas”, conclui Ali Chabaane.