Em média, investir em fundos mobiliários nacionais tem custos ligeiramente inferiores em 2022 face a 2020

fundos mais subscritos
Créditos: Lynn Kintziger (Unsplash)

Uma das conclusões do extenso estudo mundial sobre comissões e encargos no setor dos fundos de investimento, realizado pela Morningstar, foi que as comissões continuam a cair no setor. Mas será que essa evolução também se verifica nas comissões cobradas pelos fundos de investimento nacionais? É com base em dados fornecidos pela CMVM que verificamos que a resposta à pergunta é afirmativa: em média, os custos dos fundos mobiliários nacionais diminuíram desde 2020 até aos dias de hoje.

Para esta análise tivemos em conta a taxa global de custos de 2020 e 2022 dos OIC com base em dados publicados pela entidade reguladora. Segundo a CMVM, esta taxa “respeita ao valor verificado no último ano civil completo do fundo de investimento" e "representa o total de comissões de gestão e depósito e de custos de auditoria e supervisão que o fundo de investimento suportou num ano civil completo dividido pela média do valor líquido global do fundo nesse ano”.

Na nossa análise, não foram considerados fundos mobiliários PPR, uma vez que a CMVM não fornece esses dados. A nossa amostra de 2020 é constituída por 108 fundos mobiliários, e a de 2022 por 101 produtos. Na tabela abaixo apresentamos a média simples, mediana, mínimo e máximo da taxa global de custos desta nossa amostra nestes dois anos. São considerados todos os fundos na categoria, não sendo realizado qualquer ajustamento pelas alterações no mix de fundos dentro de cada categoria.

É possível verificar que o decréscimo médio da taxa global de custos dos fundos mobiliários nacionais entre 2020 e 2022 foi marginal, passando de 1,53% para 1,52%. A mediana manteve-se constante (1,55%), assim como a taxa global máxima e mínima (estas com um valor de 3,3 e 0,14%, respetivamente). O produto nacional que verifica o valor máximo pertence à categoria de ações, enquanto o fundo com o valor mais baixo pertence à categoria de fixed income.

Indicadores sobre a taxa global de custos dos fundos mobiliários nacionais em 2020 e 2022

Indicadores20202022
Média1,53%1,52%
Mediana1,55%1,55%
Máximo3,30%3,30%
Mínimo0,14%0,14%

Além disso, a conclusão a que chegamos é que, em média, os custos têm diminuído marginalmente em fundos de fixed income e fundos de alocação. Contudo, em fundos de ações, em média, nos últimos dois anos, a taxa global de custos aumentou marginalmente.

Aos dias de hoje, são precisamente os fundos mobiliários nacionais de ações que maiores taxas globais de custos apresentam. A mediana desta taxa, em 2020, foi de 2,06% e, em 2022, está em 2,10%. Contudo, é de notar que são também estes os fundos que, nos últimos anos, têm apresentado maiores rentabilidades.

Fundos de ações

Indicadores20202022
Média2,04%2,05%
Mediana2,06%2,10%
Máximo3,30%3,30%
Mínimo0,28%0,28%

Em sentido contrário, os fundos de fixed income apresentam as menores taxas globais de custos para os investidores. Mais precisamente, a média simples desta taxa, em 2022, está em 0,72% (menos dois pontos base que em 2020), enquanto a mediana em 0,74% (menos um ponto base face a 2020).

Fundos de fixed income

Indicadores20202022
Média0,74%0,72%
Mediana0,75%0,74%
Máximo1,46%1,46%
Mínimo0,14%0,14%

Já relativamente aos fundos de alocação, sendo a categoria que mais capta dinheiro dos investidores, os dados fornecidos pela CMVM mostram que a taxa global de custos dos fundos pertencentes a esta categoria varia atualmente entre 0,6 e 2,72%. A média em 2022 está em 1,79%, enquanto em 2020 foi de 1,81%. A mediana também diminui de 2020 para 2022, estando agora em 1,76%.

Fundos de alocação

Indicadores20202022
Média1,81%1,79%
Mediana1,85%1,76%
Máximo2,72%2,72%
Mínimo0,19%0,60%