Em que tipos e domicílios de fundos mobiliários investem as seguradoras nacionais?

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Créditos: Grant Lemons (Unsplash)

Recentemente, a Autoridade Supervisora de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) divulgou o Relatório do Setor Segurador e dos Fundos de Pensões de 2021. Após termos analisado a alocação das carteiras das seguradoras , vamos agora debruçar-nos sobre a distribuição da alocação a unidades de participação de fundos de investimento por categoria e por geografia. Esta parcela das carteiras representa cerca de 10,8 mil milhões de euros e tem visto o seu peso crescer significativamente nos últimos anos de 10% em 2018 para 22% em 2021.

Olhando para os fundos de investimento mobiliários, a representatividade dos fundos de ações nas carteiras das seguradoras aumentou em 2021. Este movimento traduziu-se num crescimento de 3% face ao ano anterior. Esta classe de ativos representa agora 31% do total.

Segundo a ASF, "este aumento é motivado pelas variações registadas no âmbito dos seguros Vida (exceto unit linked) e Não Vida". No outro prato da balança ficaram os fundos de obrigações, cuja percentagem diminuiu.

Os seguros unit linked foram a exceção à regra. Na carteira destes seguros, conforme explica a ASF, as "variações foram em sentido contrário", já que as obrigações aumentam e as ações diminuíram, como podemos ver no gráfico acima.

Distribuição geográfica das UP de fundos mobiliários

Colocando agora sob o microscópio a distribuição geográfica das aplicações das seguradoras em fundos de investimento mobiliários, podemos tirar duas conclusões do relatório da ASF.

Por um lado, em 2021, foram registadas quedas de 5,8% e 2,7% no peso que representam os fundos geridos por entidades gestoras sediadas no Reino Unido e Portugal, respetivamente.

Por outro lado, e em sentido oposto, "verificaram-se aumentos ao nível das restantes áreas geográficas apresentadas, com destaque para a exposição a fundos oriundos de outros países da UE, particularmente Irlanda, França e Luxemburgo", explicam na ASF.

Fica evidente, nos dados divulgados pela ASF que os fundos domésticos têm uma penetração muito reduzida nas carteiras das seguradoras, especialmente no segmento unit linked.