A entidade francesa levou a Espanha James Kwok, gestor do Amundi Global Macro Forex, um fundo cujo objetivo é gerar um retorno anual de 3% por meio do investimento em derivados sobre o mercado cambial.
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Procurar estratégias que permitam diversificar a carteira com sucesso tornou-se numa verdadeira obsessão para muitos investidores que, no atual contexto, ajudam a manter alguns ativos descorrelacionados na sua carteira. A última gestora a lançar uma estratégia deste género foi a Amundi. O fundo Amundi Funds Global Macro Forex é gerido por James Kwok que falou à Funds People, numa recente visita a Madrid. O fundo tem como objetivo gerar uma rendibilidade anual de 3%, investindo em instrumentos derivados sobre divisas e eliminando o risco creditício e de duração. O fundo está no primeiro quartil a um, três e cinco anos e tem uma rendibilidade anualizada desde do seu lançamento (em 2005) de 2,1%.
Segundo explicou o especialista na sua apresentação, trata-se de um produto muito adequado para substituir parte de uma carteira investida em obrigações, tendo em conta os níveis dos preços de mercado e assumindo que o fundo terá uma volatilidade ligeiramente superior. “O fundo apresenta uma correlação baixa com outras classes de ativos”, afirma o gestor. Um dos aspetos a que o gestor presta mais atenção é a análise da volatilidade e da correlação de cada moeda. “Ao fazer isto estamos convencidos que o VAR do nosso fundo estará sempre abaixo dos 6%. Com um VAR inferior a este nível, a volatilidade do fundo deverá estar abaixo dos 3%”, disse Kwok. Aconselha, ainda, manter o produto em carteira pelo menos um ano.
Uso de opções: porquê?
O universo de investimento em que o produto se centra é composto por 170 moedas, embora apenas se consiga investir em 32 dívisas, principalmente devido ao seu tamanho e liquidez. Na hora de investir há sempre um leque alargado de opções. “É o método mais eficiente de investir no mercado de divisas”, indica o gestor. O uso de opções é feito para alcançar dois objetivos. Primeiro, para estabilizar a carteira. “Usamos a volatilidade (vega) para estabilizar a carteira com o objetivo de reduzir a correlação com os ativos de risco, oferecer proteção contra os choques externos e neutralizar os choques inesperados que podem afetar o mercado a curto prazo (até três meses).
A segunda é como uma fonte de criação de alfa. Neste caso, o objetivo é o de explorar as oportunidades de volatilidade como fonte de rendimento. O objetivo que o gestor espera alcançar é o de conseguir gerar alfa a partir dos movimentos da volatilidade, por exemplo, quando a volatilidade implícita de uma opção não corresponde com a sua expectativa. A alocação a cada estratégia depende da convicção da equipa gestora em cada estratégia e do interesse que tenha em usar opções para controlar o risco geral da carteira. Entre as limitações definidas na política de gestão, destaca-se a exposição máxima de 25% a moedas emergentes ou ainda que o investimento do fundo em moedas do G3 não seja maior ou menor que 40% face ao benckmark.
O processo de seleção das estratégias baseia-se em dois princípios: análise fundamental - apostando pelas divisas daquelas economias que apresentam perspectivas macroeconómicas mais favoráveis - e análise quantitativa - cujo objetivo é explorar as ineficiências do mercado ou tirar partido das diferentes dinâmicas de mercado que observam. No que respeita aos fundamentais, o especialista verifica uma clara divergência entre as expectativas do principio do ano e as atuais. “No primeiro semestre, as perspetivas para a economia norte-americana eram desfavoráveis por vários motivos como o impacto sofrido no PIB devido aos efeitos de um inverno muito rigoroso no país, ao encerramento durante alguns dias da Administração aquando da tentativa de acordo sobre o tecto para a dívida e, também, o início do tappering anunciado em maio por Ben Bernanke. Já para a Europa, as perspectivas eram favoráveis. No presente, a situação é precisamente a inversa”.
Neste sentido, as principais posições que o fundo tem em carteira é uma aposta clara no dólar frente ao euro, ao iene e ao dólar canadiano tal como a libra esterlina contra o euro. No entanto, num mercado onde se podem construir inúmeras estratégias, o especialista acredita que é possível encontrar boas oportunidades de investimento. Dá, a título de exemplo, a sua posição curta em francos suíços - ao entender que a Suíça tenderá a baixar as suas taxas de juro, devido à debilidade da sua economia e à política seguida pelo BCE. Igualmente, a sua aposta pela coroa norueguesa frente à sueca. De facto, a coroa norueguesa é, em conjunto com o dólar australiano, a divisa com uma exposição líquida mais elevada. Precisamente o contrário acontece com o dólar do Canadá e a coroa sueca, moedas relativamente às quais se mostra pessimista.