Tal como nos outros meses, os índices sobre ações ocupam a grande maioria dos lugares dos Top 10 do Banco Best e do Banco Carregosa. Além disso, verifica-se também a preferência por ativos de refúgio, como o ouro.
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No mês de setembro, verificou-se, segundo os profissionais do Banco Carregosa e do Banco Best, uma clara preferência por índices de ações, apesar de mais uma correção dos ativos de risco. Veremos agora que tendências se observaram em outubro.
Começando pelo Top 10 do Banco Best, verificamos a presença de apenas um índice de obrigações e dois de commodities. Os restantes sete são índices de ações. Olhando para as obrigações, “a preferência foi para um índice diversificado sobre obrigações americanas, mas com cobertura cambial para o euro, o iShares US Aggregate Bond UCITS ETF”, afirma Rui Castro Pacheco, diretor de Investimentos do Banco Best.
Nas commodities, verifica-se a procura pelo ouro, “eventualmente na busca por um ativo de refúgio em tempos um pouco mais incertos”, explica o profissional. Os ETF escolhidos foram os Invesco Physical Gold ETC EUR e o iShares Gold Trust, no primeiro caso, um ETF cotado em euros.
No que diz respeito aos índices de ações, mantém-se a tendência verificada noutros meses de preferência pelos índices globais e generalistas, o MSCI World, com o iShares Core MSCI World UCITS ETF, e também o FTSE All World, com o Vanguard FTSE All-World UCITS ETF.
Passando para as geografias, “encontramos de um lado do Atlântico procura pelo iShares Core EURO STOXX 50 UCITS ETF e, do outro lado do Atlântico, o Vanguard S&P 500 UCITS ETF”, afirma o profissional. Destaque ainda para a temática da transição energética, com dois ETF a aparecerem no Top 10. “Neste caso temos uma opção mais focada na energia solar, com o Invesco Solar ETF, e outro um pouco mais abrangente, o iShares Global Clean Energy ETF”, acrescenta ainda Rui Castro Pacheco.
Do lado do Banco Carregosa, João Queiroz, head of trading, começa por afirmar que o mês de outubro “correspondeu não só aos maiores ajustes de três meses sequenciais (desde agosto), mas também fez com que os investidores procurassem instrumentos de menor complexidade”, nomeadamente optarem por trackers sobre o S&P500, NASDAQ100, ações globais, tecnologia e ouro, “este último numa tentativa de gerir o alfa das carteiras”.
Segundo o profissional, este último mês ficou novamente “mais exposto e vulnerável às subidas das yields”, sobretudo dos EUA, que “continuaram suportadas em valores elevados de mais de uma década e alimentadas pela incerteza da trajetória da política orçamental dos EUA, suportando a compra de instrumentos financeiros, como os metais preciosos e as obrigações de muito curto-prazo”. As vendas de obrigações consequentemente tiveram um impacto negativo na evolução das ações, penalizando-as, fundamentalmente, as de mais elevados rácios Price Earnings.
As obrigações detiveram um peso relevante apesar da marcada e visível tendência de queda da inflação, de algum abrandamento do mercado laboral e da atividade económica, “em que as yields continuaram a subir com base nas elevadas incertezas”, explica João Queiroz, das quais destaca: “Os impactos geopolíticos nos preços das mercadorias, a alteração da ordem mundial de G7 para E7 focada em mercadorias, e a retórica dos bancos centrais (juros elevados)”.
“As apresentações de resultados trimestrais não trouxeram maiores alterações às expetativas, observando-se o impacto das reduções de custos e encargos gerais, que não relacionados com encargos financeiros como juros”, afirma ainda o profissional.
