O mais recente Observatório Económico, elaborado pela equipa de research do BBVA, estima que o crescimento do PIB português se volte a situar perto dos 0,2% no primeiro trimestre de 2017. “Esta estimativa resulta dos indicadores de consumo que continuam a evoluir, da falta de um maior dinamismo no investimento e de registos de importação de bens que contrariariam o bom comportamento das exportações”, conclui o relatório. Em comparação com o ano anterior, este “é semelhante às taxas observadas na primeira metade de 2016”.
Para os próximos trimestres, a previsão é de que o aumento do PIB estabilize, “entre 0,3% e 0,4% em consonância com um avanço de 1,7% em média em 2017”, sendo “superior ao 1,4% observado em 2016”, revela o relatório.
Consumo privado mantém dinamismo
Apesar do crescimento moderado revelado pelos dados de janeiro e fevereiro, registou-se um aumento de 2% das vendas a retalho face ao ano anterior. Por outro lado, o indicador de confiança do consumidor continua a registar um comportamento positivo, ao “reduzir o seu saldo negativo dos -5,3 pontos de dezembro, para os -2,7 pontos de março”, destacam.
No que diz respeito ao investimento, janeiro e fevereiro registam uma desaceleração do Índice de Produção Industrial (IPI), “para taxas mais próximas de 2,8% face ao período homólogo”, pode ler-se no relatório. No lado oposto encontra-se o indicador de confiança industrial, que manteve a aceleração da melhoria que se iniciou a janeiro de 2016, gerando um saldo positivo no final desse ano.
O relatório destaca, ainda, a redução do défice por parte do Governo Português, que “conseguiu finalmente reduzir o seu défice até 2,1% do PIB, 4 décimas abaixo do objetivo fixado”, revelam. Segundo o relatório, o resultado obtido deve-se a um “aumento de 0,9% nas receitas face ao período homólogo e uma redução de 3,8% nas despesas”.