Fitch mantém rating de Portugal em BB+

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Jeremy Edmunds, Flickr, Creative Commons

Depois de alguma expectativa sobre a eventual subida de rating em relação a Portugal, a agência de notação financeira Fitch revelou hoje que mantém o rating soberano do país em BB+, nível que que comumente se designa de “lixo”. No que toca às perspectivas, também essas se mantêm como positivas. 

O Outlook positivo atribuído reflete, segundo a Fitch, “o reequilíbrio gradual da economia, suportado por reformas estruturais em áreas como os mercados de trabalho e de produtos”. 

No comunicado da Fitch pode ainda ler-se que este cenário “tem ajudado a impulsionar a competitividade e o crescimento, bem como a lidar com os desequilíbrios externos e orçamentais, muito embora o ritmo da consolidação orçamental tenha abrandado este ano". A agência de rating acrescenta que "Portugal beneficia também de um elevado nível de desenvolvimento humano, de um elevado PIB per capita face aos seus pares e de um contexto empresarial favorável".

Neste contexto positivo, é ainda assinalado que “uma recuperação económica moderada irá ainda ajudar reduzir o défice ligeiramente para um nível abaixo dos 3% do PIB em 2015, comparando com os 7,2% de 2014”. Em sentido contrário apontam que “o défice estrutural deverá crescer em vez de diminuir”, em parte devido “às próximas eleições do dia 4 de outubro, que fizeram com que as margens para mais medidas orçamentais se reduzissem”. 

No mesmo documento realçam igualmente que o país continua com boas condições de acesso aos mercados financeiros estrangeiros com yields favoráveis, “o que facilita o pagamento adiantado ao FMI de 8,4 mil milhões de euros ainda este ano, o alargamento das maturidades para uma média de 8.8 anos, e a possibilidade de acumulação de reservas consideráveis  (7% do PIB)”. 

Ainda numa nota sobre o sector bancário português, a Fitch reforça a estabilidade do sector “suportada pela melhoria gradual nas condições de liquidez (o rácio de depósitos caiu para 107% no primeiro trimestre de 2015 dos 160% em 2010) e também de solvência”. Nalgumas palavras sobre o Novo Banco, a agência financeira escreve que “a falha da venda do banco trouxe incerteza em relação ao atual valor do banco, e em relação à qualidade dos seus ativos”. Depois da avaliação do BCE, a entidade acredita na possibilidade de que o Novo Banco acabe por ser vendido “por um valor inferior ao seu resgate”, o que “poderá criar novos custos para os bancos do país, e limitar eventuais ajustamentos positivos à dívida pública”.