“A Proposta de Orçamento de Estado para 2016 tem como objectivo manter a consolidação fiscal, mas tem por base previsões de crescimento, e de despesas e gastos que podem ser irrealistas”, diz a Fitch num comunicado elaborado ontem.
Segundo a agência, o rascunho enviado para Bruxelas “prevê uma redução do défice para 2,6% do PIB para este ano, abaixo dos 2,8% que estimava inicialmente no Programa de Governo, mas acima dos 1.8% que a coligação de centro-direita estimava para 2016”.
A Fitch considera este target como consistente com as expectativas que tinham de que “o novo Governo iria manter um compromisso de longa data no cumprimento das regras fiscais europeias”.
No entanto, a proposta de Orçamento, dizem da Fitch, “demonstra os riscos de downside existentes nas perspetivas de médio prazo, que dependem de uma recuperação económica continuada, bem como das medidas fiscais do governo”. Se por um lado o governo prevê “que o crescimento vai acelerar para 2.1% em 2016”, a Fitch espera uma expansão do PIB real na ordem dos 1.7%.
No que toca à dívida pública, o Governo espera que esta se reduza para 126% do PIB, no final de 2016, o que na opinião da agência é uma estimativa otimista, pois consideram mais realista uma previsão de 127,9%.