Depois de um 2022 menos bom para a carteira de investimentos da entidade, em 2023 esta cresceu. Fundos de investimento, principalmente de ações, foram um dos impulsionadores.
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Depois de 2022 ter sido um ano em que a Fundação Calouste Gulbenkian foi afetada por um dos piores anos recentes nos mercados, 2023 foi um ano de recuperação. O ativo da instituição aumentou 5,34% para um valor de 3.597,78 milhões de euros, revelam no mais recente relatório e contas. O ativo, essencialmente constituído por ativos financeiros, ou seja, a carteira de investimentos da entidade, alcançou um valor de 3.491,69 milhões de euros, resultante de um aumento de 174,09 milhões de euros, mais 5,25% face a um ano antes.
Ativos financeiros correntes detidos para negociação, em 2023
Segundo a entidade, o "o acréscimo corresponde essencialmente, em 2023, à subida de valor da carteira da fundação". O fundo de capital da Gulbenkian atingiu então os 3.337,1 milhões de euros (o que corresponde a 92,75% do valor do ativo) e "reflete um acréscimo de 193,96 milhões de euros (+6,17%) face ao valor de final do ano anterior". Nas informações do relatório e contas, indicam que "este acréscimo resulta da transferência para o fundo de capital de um resultado positivo de 205,24 milhões de euros (no exercício de 2022 fora transferido um resultado negativo de 372,27 milhões de euros) e da diminuição de 11,28 milhões de euros da rubrica de Reservas (doações no valor 0,4 milhões de euros e desvios atuariais no valor de -11,64 milhões de euros)".
A variação do fundo de capital de 193,96 milhões de euros no exercício de 2023 explica-se, segundo a fundação, por dois motivos. Por um lado, devido ao "retorno positivo da carteira de ativos financeiros no valor de 297,63 milhões de euros, que compara com um retorno negativo de 286,1 milhões de euros registado em 2022". Por outro lado, apresentam, a variação também se justificou pelo "custo total com as atividades da fundação, na execução das suas missões estatutárias, no valor de 92,03 milhões de euros".
Fundos acima dos 2 mil milhões de euros
Como é possível verificar na tabela acima, o valor que atualmente a fundação aloca a fundos de investimento é superior aos 1,8 mil milhões de euros de 2022, e cifra-se em 2023 nos 2,2 mil milhões de euros, com o crescimento a ter-se verificado mais fortemente ao nível dos fundos de ações. A fundação escreve mesmo que "nas variações patrimoniais são determinantes os movimentos de valorização dos ativos financeiros correntes detidos para negociação, em particular das ações cotadas que integram a carteira de títulos da fundação, através de fundos de investimento".
Rentabilidade da carteira nos 10% e requisitos da mesma
A carteira de ativos financeiros da entidade, terminou 2023 com uma rentabilidade positiva que contrasta com as quedas de um ano antes. Registou um retorno de 9,9%, o que compara com a rentabilidade negativa de 8,8% de 2022. No documento, a instituição reforça que os investimentos da carteira devem cumprir dois requisitos fundamentais. Apontam que "o poder de compra dos ativos detidos pela carteira, depois de deduzidas as contribuições para o financiamento da atividade da fundação, deverá, a médio prazo, manter-se estável (e idealmente crescer), ou seja, o valor real da carteira deverá ser preservado após tomar em consideração a erosão provocada pela inflação dos custos da fundação". Alertam também que "as contribuições da carteira para o financiamento da atividade da fundação deverão manter o seu valor real, isto é, deverão crescer o suficiente para acompanhar, pelo menos, a inflação dos custos da fundação".
Para tal, dizem, o objetivo da carteira total de investimentos da fundação é de um retorno real anual de 3,5%.
Desagregação do retorno financeiro atingido em 2023 e 2022
Em 2023, destacar ainda que a fundação registou a participação e respetivas obrigações com o fundo de pensões da delegação do Reino Unido da entidade. A 31 de dezembro de 2023, escrevem, a variação da rubrica de ativos financeiros não correntes detidos para negociação foi "essencialmente justificada pelo ganho associado ao fundo de pensões relacionado com as responsabilidades com pensões do UKB (Branch do Reino Unido)".
Ao nível dos ativos financeiros não correntes detidos para negociação, a fundação apresenta os seguintes detalhes:
Consulte mais informações sobre o ranking das carteiras de investimento das fundações nacionais, aqui.