Fundos da Optimize lideram entre os flexíveis a dois anos

5009149730_5524a177f3
Yashna M, Flickr, Creative Commons

Os fundos flexíveis têm o ‘dom’ de não assumirem “qualquer compromisso quanto à composição do património nos respectivos documentos constitutivos”. Esta definição é dada pela Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios – APFIPP – que engloba nesta categoria cerca de 20 fundos. A rendibilidade média deste segmento nos dois anos anteriores a 19 de junho é de 4,08% e existem dois fundos que se destacam, sendo ambos da mesma entidade gestora: a Optimize Investment Partners, que ingressou recentemente na Associação.

O fundo mais rentável no período em análise é o Optimize Europa Valor que regista uma valorização de 10,65%, sendo o único produto da categoria que supera os 10%. No final de maio as ações ocupavam cerca de 80% da carteira, com as obrigações a estarem representadas com uma ‘fatia’ de 13%. Em termos geográficos, as cotadas nacionais representavam quase 15% da carteira, sendo o restante ocupado por países do Velho Continente. O fundo no final de maio geria mais de 9 milhões de euros. O maior investimento do fundo está no iShares Euro Government Bond 1-3y, gerido pela iShares,e que foi eleito o Melhor Fundo Estrangeiro de Obrigações Curto Prazo Euro nos últimos Morningstar Awards. As posições seguintes da carteira são ocupadas pela portuguesa NOS e pelas empresas financeiras Swiss Re, Valeo e Munchener Ruck,

O outro fundo gerido pela entidade gestora em destaque é o Optimize Investimento Activo. Nos últimos dois anos a sua rendibilidade é de 9,67%, em termos anualizados, contando com mais de 10 milhões de euros no final do mês passado. Cerca de três quartos da sua carteira estava investida em ações, com as maiores posições a irem para as cotadas Sanofi, Exxon Mobil e Airbus. Tal como no fundo anterior, a maior posição do produto é ocupada pelo iShares Euro Government Bond 1-3y.

Com uma rendibilidade de 8,57% surge o NB Plano Dinâmico. O fundo está sob a alçada de Susana Vicente da GNB Gestão de Ativos e tinha no final de maio 26 milhões de euros em património. A sua carteira, no final de maio, era composta por ações e obrigações, praticamente em partes iguais. Ainda assim, cerca de um terço do investimento está em obrigações via fundos de investimento, nomeadamente através de outros produtos da casa, como é o caso do NB Global Bond ou do NB Obrigações Europa. De acordo com a ficha do produto, publicada no site da entidade, foram as ações que "puxaram para cima o fundo", “nomeadamente a exposição a Europa e Japão”.

De seguida figura o CA Flexível que regista uma rendibilidade anualizada de 8,52%. Gerido pela CA Gest o fundo era anteriormente denominado de Raiz Global, categorizado como fundo mobiliário aberto misto, tendo passado agora para o segmento dos flexíveis. No final de maio o seu património ascendia a mais de 23 milhões de euros, com quase metade da carteira a estar investida em obrigações, com destaque para as soberanas de países como a França, Holanda ou Portugal que dominam as maiores posições da carteira.

Diversos fundos com subida superior a 5%

Além dos produtos já mencionados, existem mais alguns que superam os 5% de rendibilidade. Com um retorno de 7,22% surge o Banif Investimento Moderado. Gerido pela Banif Gestão de Activos, o produto no final de maio geria quase 30 milhões de euros, e os maiores investimentos em carteira são obrigações soberanas e ainda outros fundos de investimento, quer da casas nacionais, quer de gestoras internacionais como a Pictet Asset Management ou a Fidelity Worldwide Investment.

Com 6,29% aparece o ‘premiado BBVA Gestão de Flexível. O produto é gerido pela BBVA Asset Management e arrecadou nos últimos três anos o galardão de melhor fundo misto flexível dos Morningstar Awards. Jorge Silveira Botelho em conversa com a Funds People Portugal no ano passado, explicou que existe “uma parte da carteira que se move bastante, maioritariamente via derivados, futuros e opções, e que constitui a parte mais tática do portfólio. A restante “porção” do produto prende-se com a parte mais estrutural da carteira, alocada a fundos de terceiros.”

Os fundos NB Plano Crescimento e o BPI Global são os outros dois produtos que registam uma rendibilidade superior a 5%. O fundo gerido pela GNB Gestão de Ativos apresenta ganhos de 6,23% enquanto o da BPI Gestão de Activos valorizou 5,22%.

Os fundos flexíveis nos último biénio

Fundo Gestora Rendibilidade 2 anos (%)
Optimize Europa Valor Optimize Investment Partners 10,65
Optimize Investimento Activo Optimize Investment Partners 9,67
NB Plano Dinâmico GNB Gestão de Ativos 8,57
CA Flexível CA Gest 8,52
Banif Investimento Moderado Banif Gestão de Activos 7,22
BBVA Gestão Flexível BBVA Asset Management 6,29
NB Plano Crescimento GNB Gestão de Ativos 6,23
BPI Global BPI Gestão de Activos 5,22
Banif Ibéria Banif Gestão de Activos 4,83
Banif Investimento Conservador Banif Gestão de Activos 4,60
NB Plano Prudente GNB Gestão de Ativos 4,45
NB Estratégia Ativa II GNB Gestão de Ativos 3,59
Santander Global Santander Asset Management 3,20
NB Estratégia Ativa GNB Gestão de Ativos 2,78
BBVA Multiactivo Flexível BBVA Asset Management 2,22
Montepio Mercados Emergentes Montepio Gestão de Activos 1,09
BPI Brasil BPI Gestão de Activos -5,11
NB Brasil GNB Gestão de Ativos -10,53
Banif Investimento Defensivo Banif Gestão de Activos n.a.
Fonte: APFIPP no dia 19 de junho.