Nos últimos dois anos apenas um fundo flexível atinge uma rendibilidade superior a 10%. Conheça o panorama da restante categoria, que em termos médios alcança mais de 4% de retorno no período.
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Os fundos flexíveis têm o ‘dom’ de não assumirem “qualquer compromisso quanto à composição do património nos respectivos documentos constitutivos”. Esta definição é dada pela Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios – APFIPP – que engloba nesta categoria cerca de 20 fundos. A rendibilidade média deste segmento nos dois anos anteriores a 19 de junho é de 4,08% e existem dois fundos que se destacam, sendo ambos da mesma entidade gestora: a Optimize Investment Partners, que ingressou recentemente na Associação.
O fundo mais rentável no período em análise é o Optimize Europa Valor que regista uma valorização de 10,65%, sendo o único produto da categoria que supera os 10%. No final de maio as ações ocupavam cerca de 80% da carteira, com as obrigações a estarem representadas com uma ‘fatia’ de 13%. Em termos geográficos, as cotadas nacionais representavam quase 15% da carteira, sendo o restante ocupado por países do Velho Continente. O fundo no final de maio geria mais de 9 milhões de euros. O maior investimento do fundo está no iShares Euro Government Bond 1-3y, gerido pela iShares,e que foi eleito o Melhor Fundo Estrangeiro de Obrigações Curto Prazo Euro nos últimos Morningstar Awards. As posições seguintes da carteira são ocupadas pela portuguesa NOS e pelas empresas financeiras Swiss Re, Valeo e Munchener Ruck,
O outro fundo gerido pela entidade gestora em destaque é o Optimize Investimento Activo. Nos últimos dois anos a sua rendibilidade é de 9,67%, em termos anualizados, contando com mais de 10 milhões de euros no final do mês passado. Cerca de três quartos da sua carteira estava investida em ações, com as maiores posições a irem para as cotadas Sanofi, Exxon Mobil e Airbus. Tal como no fundo anterior, a maior posição do produto é ocupada pelo iShares Euro Government Bond 1-3y.
Com uma rendibilidade de 8,57% surge o NB Plano Dinâmico. O fundo está sob a alçada de Susana Vicente da GNB Gestão de Ativos e tinha no final de maio 26 milhões de euros em património. A sua carteira, no final de maio, era composta por ações e obrigações, praticamente em partes iguais. Ainda assim, cerca de um terço do investimento está em obrigações via fundos de investimento, nomeadamente através de outros produtos da casa, como é o caso do NB Global Bond ou do NB Obrigações Europa. De acordo com a ficha do produto, publicada no site da entidade, foram as ações que "puxaram para cima o fundo", “nomeadamente a exposição a Europa e Japão”.
De seguida figura o CA Flexível que regista uma rendibilidade anualizada de 8,52%. Gerido pela CA Gest o fundo era anteriormente denominado de Raiz Global, categorizado como fundo mobiliário aberto misto, tendo passado agora para o segmento dos flexíveis. No final de maio o seu património ascendia a mais de 23 milhões de euros, com quase metade da carteira a estar investida em obrigações, com destaque para as soberanas de países como a França, Holanda ou Portugal que dominam as maiores posições da carteira.
Diversos fundos com subida superior a 5%
Além dos produtos já mencionados, existem mais alguns que superam os 5% de rendibilidade. Com um retorno de 7,22% surge o Banif Investimento Moderado. Gerido pela Banif Gestão de Activos, o produto no final de maio geria quase 30 milhões de euros, e os maiores investimentos em carteira são obrigações soberanas e ainda outros fundos de investimento, quer da casas nacionais, quer de gestoras internacionais como a Pictet Asset Management ou a Fidelity Worldwide Investment.
Com 6,29% aparece o ‘premiado’ BBVA Gestão de Flexível. O produto é gerido pela BBVA Asset Management e arrecadou nos últimos três anos o galardão de melhor fundo misto flexível dos Morningstar Awards. Jorge Silveira Botelho em conversa com a Funds People Portugal no ano passado, explicou que existe “uma parte da carteira que se move bastante, maioritariamente via derivados, futuros e opções, e que constitui a parte mais tática do portfólio. A restante “porção” do produto prende-se com a parte mais estrutural da carteira, alocada a fundos de terceiros.”
Os fundos NB Plano Crescimento e o BPI Global são os outros dois produtos que registam uma rendibilidade superior a 5%. O fundo gerido pela GNB Gestão de Ativos apresenta ganhos de 6,23% enquanto o da BPI Gestão de Activos valorizou 5,22%.
Os fundos flexíveis nos último biénio
Fundo | Gestora | Rendibilidade 2 anos (%) |
---|---|---|
Optimize Europa Valor | Optimize Investment Partners | 10,65 |
Optimize Investimento Activo | Optimize Investment Partners | 9,67 |
NB Plano Dinâmico | GNB Gestão de Ativos | 8,57 |
CA Flexível | CA Gest | 8,52 |
Banif Investimento Moderado | Banif Gestão de Activos | 7,22 |
BBVA Gestão Flexível | BBVA Asset Management | 6,29 |
NB Plano Crescimento | GNB Gestão de Ativos | 6,23 |
BPI Global | BPI Gestão de Activos | 5,22 |
Banif Ibéria | Banif Gestão de Activos | 4,83 |
Banif Investimento Conservador | Banif Gestão de Activos | 4,60 |
NB Plano Prudente | GNB Gestão de Ativos | 4,45 |
NB Estratégia Ativa II | GNB Gestão de Ativos | 3,59 |
Santander Global | Santander Asset Management | 3,20 |
NB Estratégia Ativa | GNB Gestão de Ativos | 2,78 |
BBVA Multiactivo Flexível | BBVA Asset Management | 2,22 |
Montepio Mercados Emergentes | Montepio Gestão de Activos | 1,09 |
BPI Brasil | BPI Gestão de Activos | -5,11 |
NB Brasil | GNB Gestão de Ativos | -10,53 |
Banif Investimento Defensivo | Banif Gestão de Activos | n.a. |