Os FIA afirmam-se cada vez mais nas carteiras de investimento. A sua capacidade de se descorrelacionar dos tradicionais mercados leva-os a registar captações positivas este ano. Saiba de que produtos lhe falamos.
Ao fim de três trimestres do ano, o saldo entre subscrições e resgates no mercado nacional de fundos de investimento mobiliário é negativo, de cerca de 421 milhões de euros, de acordo com os dados lançados pela Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios – APFIPP no seu relatório mensal sobre este segmento.
Mesmo com o mercado a somar captações líquidas negativas, existem perto de seis dezenas de produtos com saldo positivo, entre os quais cinco Fundos de Investimento Alternativo (FIA). Salienta-se que os FIA são fundos não harmonizados onde não se incluem os fundos com garantia de capital e os produtos estruturados. Esses cinco produtos são geridos por três entidades diferentes: a Caixagest, a BPI Gestão de Activos e ainda a Dunas Capital.
A Caixagest é a entidade que coloca mais produtos nesta lista, com três fundos, sendo que estes ocupam as três primeiras posições deste ranking. A liderança está a cargo da Caixagest Imobiliário Internacional, sendo seguido do Caixagest Infraestruturas e do Caixagest Private Equity. Destaque, também, para o facto desta entidade ser aquela que gere mais FIA no mercado português.
O Caixagest Imobiliário Internacional é o FIA que regista o montante mais elevado de subscrições líquidas nos primeiros nove meses do ano, com um saldo superior a 4,3 milhões de euros. Este produto investe o seu “património em fundos de investimento imobiliário nacionais ou internacionais; em “REITs” (Real Estate Investment Trust); em obrigações ou em certificados indexados a índices imobiliários ou a fundos de investimento imobiliário; ações e em outros valores mobiliários cujo desempenho esteja associado ao mercado imobiliário”, segundo se pode ler no prospecto do produto.
O Caixagest Infraestruturas aparece logo de seguida com um saldo entre subscrições e resgates na ordem dos 200 mil euros. Este fundo foi, também, o mais rentável no terceiro trimestre do ano com uma rendibilidade de 7,60%, com o seu investimento a ser direcionado para empresas do sector das infraestruturas. No final do ano passado e olhando para este segmento de forma internacional, Teresa Empis Falcão da VdA explicava à Funds People Portugal que “os fundos de infraestruturas olham cada vez mais para ativos portugueses".
Já o Caixagest Private Equity é o produto nacional com melhor rendibilidade nos primeiros nove meses do ano com uma subida de 16,36%. Em termos de captações líquidas o valor arrecadado nos primeiros nove meses do ano é de 118 mil euros. O produto investe no sector do capital de risco e o maior investimento em carteira pertence à Magnum Capital, uma das empresas líder de private equity da Península Ibérica. Nos últimos anos fez algumas transações como foi o caso da compra da Geriátricos del Principado ou do Grupo educativo NACE e mais recentemente adquiriu a Orliman.
Da BPI Gestão de Activos podemos encontrar o fundo BPI Macro que no período em análise regista captações líquidas de 111 mil euros. De acordo com a política de investimento do fundo, o seu objetivo é o de “proporcionar aos seus participantes o acesso a uma carteira de activos completamente flexível podendo ter uma composição muito diversificada de classes de activos ou estar concentrada apenas numa classe de activo“. Assim, nos maiores investimentos encontramos dívida pública espanhola e italiana, um futuro sobre o Euro Stoxx 50, além de outros produtos da casa como o BPI Liquidez e o BPI Monetário de Curto Prazo.
Com 48 mil euros de saldo positivo entre subscrições e resgates, encontramos o Dunas Banco BIC Brasil gerido pela Dunas Capital. Foi um dos fundos mais rentáveis do mês de abril, dado que aproveitou da melhor forma a subida do principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, que valorizou 9,93% nesse mês, e também saiu beneficiado da desvalorização do real.