Fundos mais subscritos em fevereiro: investidores mantêm postura defensiva e cibersegurança entra no Top 10

Vimos recentemente nos ETF mais subscritos de fevereiro que o segundo mês do ano foi marcado por elevada volatilidade nos mercados financeiros, o que acabou por influenciar as escolhas dos investidores. Neste sentido, olhamos agora para as tendências verificadas nos fundos de investimento mais subscritos. 

Tal como já tinha acontecido em janeiro, as preferências dos clientes do Banco Best no mês de fevereiro mantiveram-se muito semelhantes às do final do ano anterior, com seis fundos de ações no Top 10 e outros quatro fundos em estratégias mais conservadoras. 

Commodities, soluções de gestão passiva e tecnologia mantêm destaque

Neste campo não há alterações face ao mês anterior: o destaque em fevereiro manteve-se no tema das commodities, nas soluções de gestão passiva e o tema da tecnologia.

Nas commodities verifica-se a preferência pelos metais preciosos ou especiais, com o Invesco Gold & Special Minerals Fund, e pela energia, com o Schroder International Selection Fund Global Energy. “Na gestão passiva”, afirma Rui Castro Pacheco, responsável de Investimentos do Banco Best, “temos os habituais Fidelity S&P 500 Index Fund e Fidelity MSCI World Index Fund, que replicam os principais índices americano e mundial”. Quanto ao setor da tecnologia, os investimentos voltaram-se novamente para um fundo genérico, o BlackRock Global Funds - World Technology Fund, e para um tema mais concreto relativo ao espaço, com o fundo Echiquier Space.

Os fundos em estratégias mais conservadoras são já presenças habituais: o Pictet-Short-Term Money Market, o Allianz Floating Rate Notes Plus, o DWS Invest ESG Floating Rate Notes e o Property Core Real Estate Fund. 

Fundo de cibersegurança entra no Top 10 

Por sua vez, na opinião de Tiago Gaspar, responsável pela Análise e Seleção de Fundos do Banco Carregosa, “os investidores parecem manter uma postura defensiva com a preferência por fundos de liquidez imediata ou de baixo risco”. 

A predominância deste tipo de fundos, explica ainda o profissional, talvez seja motivada pelas “incertezas quanto ao rumo dos mercados financeiros” ou pela “procura de redução de volatilidade dos portefólios dos investidores”. Mais uma vez, o fundo de investimento em imobiliário direto continua a ser uma preferência, já a entrada de um fundo de cibersegurança demonstra como os investidores estão a percecionar o contexto geopolítico.

Fundos mais subscritos no mês de fevereiro

Fundos mais resgatados

Relativamente aos fundos mais resgatado, Rui Castro Pacheco deixa apenas uma nota para algumas saídas em fundos de tesouraria ou mercado monetário. “As descidas das taxas de juro de curto prazo fazem com que a expetativa de retorno destes fundos possa estar abaixo das necessidades e objetivos dos investidores”, explica o profissional.

Do lado do Banco Carregosa, é possível encontrar um número elevado de fundo do mercado monetário. Segundo Tiago Gaspar, tal pode indicar “uma possível rotações dos investidores, refletindo uma reorientação estratégica dos investidores em resposta a alterações nas expetativas macroeconómicas”.

“A combinação dos dados das subscrições e resgates reflete um ambiente de incerteza em que os investidores mostram maior preferência por liquidez, reduzindo exposição a mercados mais voláteis ou menos previsíveis”, acrescenta o profissional do Banco Carregosa.