A gestora norte-americana continua firme no seu plano de se tornar um player de referência no mercado de ETF. Para isso, o seu trunfo será explorar a sua força na análise própria, só que aplicada a um novo veículo de investimento.
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Investimento 2.0. O mundo está a mudar e a J.P. Morgan AM está a preparar o seu negócio para isso. Durante a celebração do seu último European Media Summit, George Gatch, CEO, expôs à imprensa o que na sua visão serão as três alavancas do futuro crescimento da gestora norte-americana: personalização do serviço, investimento em tecnologia e ETF de gestão ativa.
É neste último mercado que o CEO incidiu especial atenção. A J.P. Morgan chega tarde à corrida pelo mercado de ETF? Na sua opinião, não. A gestora reconhece que não é pioneira em ETF, mas também não acredita que tenha perdido a oportunidade. “Chegamos tarde à gestão passiva, mas chegamos cedo à onda dos ETF ativos”, afirma George Gatch.
O CEO apoia o seu argumento com números. “É certo que nos últimos anos a maioria do crescimento no segmento de ETF tem sido em gestão ativa. Atualmente, os ETF de gestão ativa representam apenas 5% do bolo”, reconhece George Gatch. Mas também prevê que estaremos perante um ponto de viragem, perante uma alteração no interesse do investidor. E remete-se aos fluxos mais recentes. Até agora, em 2023, 30% dos fluxos em ETF foram para ETF ativos e a J.P. Morgan AM está a tornar-se um player relevante ao atrair um terço desse capital dirigido à gestão ativa.
Na opinião de George Gatch, a verdadeira onda de crescimento dos ETF chegará pela mão da gestão ativa. A gestora calcula que o património em ETF ativos a nível global irá crescer a uma taxa de crescimento composto anual (CAGR) de 50% nos próximos 3-5 anos. É um dado que ofusca as suas estimativas de apenas um dígito para os ETF passivos e fundos de investimento em geral.
O seu plano para ETF: apenas gestão ativa
O potencial que prevê para os ETF em geral conta com vários motores. Cita as vantagens fiscais deste tipo de veículos em mercados como o norte-americano, mas na sua opinião é muito mais do que isso. “É a facilidade de utilização, a transparência que oferece ao investidor”, insiste.
Porquê ETF de gestão ativa? Não é apenas uma questão de rentabilidade; George Gatch cita também a inovação. “Estamos a trazer a nossas melhores ideias para a estrutura de ETF na Europa. Os nossos índices Research Enhanced. Nos Estados Unidos lançamos propostas interessantes de mitigação de risco em baixa”, afirma.
Este valor de 50% de crescimento anualizado não peca por otimista. Após um crescimento de 62% entre 2017 e 2022, os ETF ativos nos Estados Unidos representam um mercado de quase 381.000 milhões de dólares divididos entre os 973 produtos (apenas ETF dos EUA, excluindo FoF e ETN) a 13 de abril de 2023. Como vemos no gráfico partilhado pela gestora, o verdadeiro despertar dos ETF ativos nos EUA começou em finais de 2020, impulsionado sobretudo pelos veículos de obrigações. Mas o verdadeiro potencial ainda está por ver. Segundo o inquérito J.P. Morgan Asset Management Future Focus, 32% dos compradores de ETF planeiam usar ETF ativos em 2023.
Fonte: J.P. Morgan AM
Mas o crescimento dos ETF deixou de ser uma história exclusivamente norte-americana. De facto, o ritmo de adoção é superior na Europa. Partindo, evidentemente, de um ponto mais baixo.