O peso de veículos de investimento nacionais e internacionais nas carteiras saiu reforçado em ano de pandemia.
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A FundsPeople reportava recentemente que o segmento de gestão de patrimónios ficou marcado por decréscimos nos valores geridos no primeiro trimestre do ano, principalmente entre as maiores entidades gestoras. Assim demonstravam os mais recentes indicadores trimestrais de gestão de ativos, divulgados pela CMVM. Mais especificamente, o volume total gerido por este segmento da gestão de ativos nacional decresceu face a dezembro de 2020 (-0,7%), muito embora tenha aumentado 3% face a março de 2020.
Relembramos que o final de março de 2020 marcou mínimos no valor dos diversos ativos de risco que, desde então, encetaram uma recuperação significativa nas diversas vertentes.
Olhando agora para o detalhe da alocação das carteiras da gestão de patrimónios vemos uma evolução muito interessante de duas rubricas em específico. Por um lado, o peso do investimento direto em ações. Muito embora esta rubrica ocupe uma parte muito pequena da alocação global (3,3%), foi aquela que saiu mais reforçada no período de um ano que terminou em março de 2020. Isto verifica-se tanto entre as ações nacionais como as internacionais e incorpora um significativo efeito de mercado, por via da valorização dos ativos. Estas últimas viram também reforçado o peso no primeiro trimestre do ano, com um crescimento de 10%.
O segundo ponto a relevar é o peso da gestão de terceiros no mix de ativos da gestão de patrimónios. A 12 meses, esta rubrica cresceu 32,2% no caso dos fundos estrangeiros e 7,9% no caso dos fundos nacionais. Por outro lado, no primeiro trimestre foram só os fundos estrangeiros que viram o seu peso reforçado (+11,4%). Além de algum efeito de mercado que está certamente a impactar estes números (mais abaixo mostramos maior detalhe da desagregação da rubrica por classe de ativos), o certo é que os fundos estrangeiros na gestão de patrimónios nacional ultrapassam já os 11 mil milhões de euros, o que somando aos fundos nacionais ascende a 13,5 mil milhões de euros, mais de um quarto do total de ativos sob gestão.
Maior detalhe
Apesar de não refletir a realidade da totalidade do mercado (em março refletia 86,6% do total de AuM), os dados da APFIPP permitem perscrutar a rubrica de fundos estrangeiros e perceber a sua composição por classe de ativos. Por um lado, a rubrica de unidades de participação nacionais inclui um montante relevante de 726 milhões em fundos imobiliários. Por outro lado, vemos que os fundos de ações estrangeiros representam, no final de março, cerca de 45% dos ativos em fundos estrangeiros. Já os fundos de obrigações representam cerca de 36% e os monetários cerca de 6,6%. Os outros fundos não classificados nestas rubricas - mistos, alternativos e outros - representam cerca de 13%.