O IGCP realizou esta manhã uma troca de dívida pública das Obrigações que venciam em 2014 e 2015, passando a vencer em 2017 e 2018. Entre os 27 mil milhões de euros de dívida que vai atingir a sua maturidade nos próximos dois anos, o IGCP conseguiu trocar mais de 6,6 mil milhões, levando a maturidade para 2017 e 2018.
“Foi uma boa operação”, afirma Filipe Silva, diretor da Gestão de Ativos do Banco “À partida pode parecer que face aos 27 mil milhões a quantidade trocada é baixa mas não podemos relativizar”, continuou o diretor.
Em traços gerais, o IGCP recomprou aos investidores OT para Junho de 2014 com uma taxa de juro de 2,127%, OT para Outubro de 2014 a uma taxa de juro de 2,753% e ainda OT para outubro de 2015 a uma taxa de 3,324%.
Do lado das vendas, o Estado português vendeu OT para outubro de 2017 a 4,677% e para Junho do ano seguinte a uma taxa de 4,956%.
Desta forma, “Portugal alivia os pagamentos para 2014 em 2 mil milhões de euros e alivia os pagamentos para 2015 em mais de 4 mil milhões. Ao todo são 6,6 mil milhões de euros que são “adiados” para 2017 e 2018, sendo que a maturidade onde houve maior percentagem de troca foi na que vencia em 2015. Para conseguir mais de 6 mil milhões de euros, sem esta operação de troca, teríamos que fazer o equivalente a 6 leilões, atendendo à média dos montantes habituais”, afirma Filipe Silva.
“A maioria dos investidores de curto prazo, que tinha dívida para 2014, preferiu ficar com ela em carteira e os que tinham dívida para 2015 aceitam estender o prazo de reembolso. As taxas oferecidas em contrapartida são interessantes, é certo, mas não se aceitam taxas interessantes sem ponderar o risco de incumprimento. Aceitar a troca para 2017 e 2018 é, acima de tudo, um bom sinal, para a percepção de risco da dívida portuguesa”, conclui o responsável da Gestão de Ativos do Banco Carregosa.