Instabilidade política poderá atrasar a aplicação de reformas

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Q u e n t i n, Flickr, Creative Commons

As agências de rating Fitch e Moody’s já comentaram as eleições que se realizaram no domingo passado em território nacional. Ambas as agências seguem a mesma linha de raciocínio, já que afirmam que o país vai continuar no caminho seguido até agora, sendo que a instabilidade de um governo minoritário poderá trazer problemas. "O resultado das eleições apoia a nossa visão de que são improváveis mudanças importantes de políticas, mas a instabilidade política poderá reduzir a consolidação orçamental e a implementação de reformas", afirma a Fitch no seu comunicado. Já a Moody’s na sua publicação afirma que a implementação de mais reformas estruturais pode ficar comprometida.

Porém, na Fitch acreditam que a curto prazo não deverá haver eleições em Portugal, porque Passos Coelho vai formar um governo minoritário e o Partido Socialista recusou aliar-se com os demais partidos da oposição. Estas duas razões, juntamente com o facto de ambos partilharem a prudência orçamental e o desejo de manterem o país na Zona Euro faz com que haja uma “diminuição da incerteza política de curto prazo associada à formação de um novo governo coeso". No entanto, não descuram o difícil consenso em várias área de atuação, nomeadamente na Segurança Social. Desta forma, o primeiro grande teste vai ser dado com a apresentação e a votação do Orçamento do Estado para o próximo ano.

Nesse primeiro embate, o futuro governo minoritário de Portugal, irá apresentar-se “mais fraco, consciente da possibilidade de eleições antecipadas, cauteloso na implementação de reformas difíceis ou impopulares que dariam ao investimento e ao crescimento um impulso adicional", pode ler-se no documento publicado pela agência de rating Fitch.