Institucionais brasileiros escolhem fundos da BlackRock, J. P. Morgan AM e Schroders

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EduardoBeltrame, Flickr, Creative Commons

Pela primeira vez, um grupo de fundos de pensões irá recorrer a investimentos no estrangeiro, conforme previsto pela Resolução 3792 (Conselho Monetário Nacional). De acordo com a revista Investidor Institucional, o grupo de entidades reunidas foi liderado pela Previ, do Banco do Brasil, em conjunto com outras grandes fundações como Petros e Funcef. Algumas destas entidades tencionam começar o investimento ainda em 2013.

A Previ pretende direccionar cerca de 300 milhões de reais para a nova carteira. Como existe uma limitação para que cada fundação entre com no máximo 25% de cada fundo de investimentos, existe a previsão de que o grupo de fundações entre com pelo menos 1,2 mil milhões de reais em recursos. “Os fundos devem começar a rodar a partir de Setembro deste ano. É só a ponta do iceberg, depois os fundos de pensão devem aumentar mais as aplicações no exterior”, diz Renê Sanda, director de investimentos da Previ.

O director acrescenta, ainda, que não deverá ser utilizado todo o limite até o final do ano. “Vamos começar no segundo semestre, mas acho que atingiremos o limite previsto ao longo do próximo ano”, diz Sanda. O director da Previ revela que está um pouco receoso em relação ao risco cambial. “Estamos com um pouco de receio neste primeiro ano em relação à valorização do dólar, por isso, acredito que vamos começar com cautela”, revela o director. Sanda explica também que as fundações deram preferência, nesta primeira etapa, para fundos com teses de investimentos baseadas em acções de empresas de capital elevado (‘large caps’), que focam na distribuição de dividendos.

Nove gestoras tinham apresentado propostas para este grupo de fundos de pensões em um encontro realizado no início de Abril passado. Cada uma delas apresentou um fundo de investimentos no exterior como alternativa para o grupo. As onze entidades que vão entrar com recursos ainda em 2013 votaram nos gestores preferidos e os resultados apontaram as três vencedoras – BlackRock, J. P. Morgan AM e Schroders. As demais entidades que não foram seleccionadas para esta etapa são a Itaú Asset Management, Pátria Investimentos, Goldman Sachs, Credit Suisse, Franklin Templeton e BB DTVM.

A BlackRock, por exemplo, levou um fundo de acções com enfoque nos dividendos. “Optamos por mostrar uma alternativa com correlação negativa com os sectores predominantes no IBrX e no Ibovespa. É um fundo que selecciona acções de empresas que pagam bons dividendos em diversos mercados ao redor do mundo”, disse Bruno Stein, director da BlackRock, à Investidor Institucional.

As opções do fundo da BlackRock podem estar localizadas nos mercados norte-americano, europeu, canadiano, asiático ou emergentes, com excepção dos mercados fronteira. O índice de referência do produto é o MSCI AC World. “São cerca de 2500 opções de activos diferentes que podem entrar no portfólio do fundo. Ficam de fora apenas os mercados fronteira porque é mais complicado de administrar o risco nesses lugares”, ilustra Stein. É uma opção mais adequada para quem está estreando na modalidade de fundos no exterior.

Como existe a obrigatoriedade de registo de um fundo local, chamado de ‘feeder’, as sociedades seleccionadas estão a contratar um administrador doméstico. No caso da BlackRock, o administrador escolhido foi a BB DTVM. “Negociamos com algumas instituições e a melhor proposta foi a do Banco do Brasil”, diz Stein. O ‘feeder’ opera como um alimentador dos fundos no exterior e não apresenta limitações legais quanto à concentração dos recursos. Já o fundo final deve seguir a Resolução 3792, que diz que as fundações não podem concentrar mais de 25% das unidades de participação.