As ações europeias oferecem oportunidades, dadas as atuais valorizações e positivas expetativas de lucros futuros.
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Num ambiente marcado pela incerteza económica e por mudanças políticas, as ações apresentam um panorama de investimento atrativo, mas complexo. À medida que o ano passa, o continente europeu encontra-se numa encruzilhada, com as recentes eleições no Reino Unido e em França, remodelando o terreno político e influenciando potencialmente a dinâmica do mercado. Apesar destes desafios e da persistente inflação, James Rutland, gestor de Ações Europeias na Invesco, considera que as ações europeias oferecem oportunidades interessantes para os investidores com critério, dadas as atuais valorizações e positivas expetativas de lucros futuros.
Para James, as eleições francesas coincidiram com um crescente apetite pelo investimento na Europa. No entanto, espera que este episódio político seja apenas um percalço no caminho e que não afete significativamente a melhoria das perspetivas para a região. Considera positivo o panorama para a economia europeia, com um consumidor que está a sair de um período difícil e uma inflação salarial que deverá beneficiar a despesa.
No entanto, reconhece que é difícil a Europa superar os EUA em crescimento económico, mas também considera que a lacuna relativa pode reduzir. O gestor considera as eleições francesas uma infelicidade, porque durante muito tempo a política na Europa foi bastante benigna.
Pontos fortes da Europa num novo ciclo económico
Ao contrário do ciclo passado, que favoreceu as empresas de plataformas nos EUA, este ciclo deverá beneficiar mais a Europa, segundo assinala o gestor. “Se este ciclo estiver a ser dominado pela desglobalização das cadeias de abastecimento, assegurando a transição verde e as tendências mais favoráveis, tal jogará a favor dos pontos fortes da Europa, pelo que esta deverá ter um desempenho muito melhor neste ciclo em comparação com os EUA”, explicou Rutland.
O panorama para a economia europeia “é o melhor de que me recordo nos últimos oito anos”, assinala o gestor, acrescentando que a Europa está a emergir de um longo período de estagnação, impulsionada por vários fatores-chave como a política monetária favorável, os estímulos fiscais sem precedentes e a recuperação do consumidor europeu. “A inflação segue uma trajetória descendente, e os fatores deflacionistas subjacentes são fortes em ambos os lados do Atlântico”, assinala.
Os campeões ocultos da Europa
James Rutland assinala que as valorizações das ações europeias são muito atrativas atualmente, com um desconto de 20% em relação ao mercado e um maior retorno sobre o capital. Acrescenta que “para cada indicador que olhamos, este sugere que os lucros deverão ser ligeiramente mais elevados do que 3% para o final do ano”.
Enquanto o mundo fala dos gigantes tecnológicos norte-americanos, James assinala que a Europa alberga muitos dos facilitadores fundamentais para a revolução da IA. “Os supercomputadores da Nvidia precisam de supercomputadores para os fabricar, e muitos deles são fabricados por gigantes industriais europeus”, explica.
O gestor destaca o potencial transformador da IA generativa como um foco-chave para 2024. “A IA generativa é a tecnologia mais versátil que vemos desde a eletricidade”, afirma. “Vai abranger todas as áreas: finanças, medicina, setor imobiliário… a lista continua”. Esta revolução tecnológica, segundo James, poderá impulsionar significativamente a produtividade na Europa, criando oportunidades de investimento único.
É por isso que, para o gestor, a diversificação é importante numa estratégia de investimento europeu. “Aqui, todos os setores transbordam oportunidades, desde a saúde à indústria avançada, e a Europa oferece um leque diverso de oportunidades de investimento”, conclui.