João Henriques (Bankinter Portugal): “Disponibilizamos fundos que entendemos que são de facto interessantes”

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João Henriques. Créditos: Vítor Duarte

No Bankinter Portugal, o crescimento dos fundos de investimento estrangeiros tem sido feito de forma sustentável. Como nos explica em entrevista João Henriques, da equipa de produto, recursos e seguros da entidade, o departamento de research do Bankinter – que tem um viés ibérico – tem sido um dos grandes responsáveis por esse crescimento, pois envolvem-se na seleção dos produtos, mas também levam a cabo sinergias entre países. “No limite, queremos ter carteiras ibéricas, pois não há razão para serem de outro modo”, afiança o profissional.

Uma segunda via do crescimento destes produtos em Portugal passa pela própria procura dos private bankers do Bankinter Portugal, ou até dos clientes. Por fim, outra via de crescimento mencionada por João Henriques é a revisão feita pela própria equipa de produto onde se insere, nomeadamente “ao nível de uma determinada temática ou região que não esteja presente”. Temos sido seletivos na abertura de fundos que fazemos. Disponibilizamos fundos que entendemos que são de facto interessantes”, atesta. Atualmente, a entidade o Bankinter Portugal disponibiliza cerca de 1.050 fundos de investimento estrangeiros, de 42 casas internacionais.

O Bankinter Portugal incorporou também a temática do ESG nas carteiras modelo, criando um portefólio dedicado apenas a fundos com este cariz, para os clientes com interesse ou preocupações em matéria de sustentabilidade.

Oferta própria

Os produtos que o Bankinter tem em nome próprio cumprem um requisito base, que é serem maioritariamente fundos perfilados. Em segundo lugar, a premissa por detrás dos produtos da casa é serem construídos em formato PPR, “de forma a aproveitar as vantagens fiscais associadas a este veículo”.

Com as vantagens fiscais associadas aos PPR e sendo estes fundos perfilados, esta gama da casa acaba por ser “uma porta de entrada para montantes mais pequenos”, ao mesmo tempo que permite ao cliente “mudar entre PPR”, quando este assim o deseja. “O que estamos a vender é uma gama em que os clientes podem definir como posicionar-se ao longo do seu caminho: mais moderados, mais defensivos, etc... mantendo a antiguidade fiscal. Uma possibilidade que os fundos de terceiros não oferecem”, atesta.

Por outro lado, nesta gama própria, o Bankinter Portugal criou uma diferenciação para abranger mais clientes. “Criámos classes de fundos diferentes para certo tipo de clientes, e assim poder proporcionar a entrada, por exemplo, de clientes de banca privada ou clientes com montantes mais elevados nestes veículos”, menciona. Nesse sentido, criaram “uma classe B, com uma redução entre 25% e 30% da comissão gestão, dependendo do perfil de risco”.

Deste modo, para João Henriques, a oferta própria do Bankinter Portugal encaixa como uma solução core, e tem convivido bem com os restantes fundos de investimento estrangeiros, “porque ambas as soluções têm papéis diferentes”. A própria proximidade que a equipa de gestão dos veículos locais tem com as equipas comerciais é determinante, pois “faz com que a oferta possa estar mais presente nas equipas”. Entretanto, como nos explica também, a oferta perfilada core da entidade foi sendo composta por outros produtos satélite, como é o caso do fundo temático Bankinter Mega TT PPR/OICVM, lançado em 2021. Mais recentemente, começaram a criar “soluções de maturidade definida, que têm garantido interessantes inflows nos últimos meses”. Noutras áreas, nas quais não têm expertise, por seu lado, aliaram-se a gestoras internacionais “para criar soluções à medida, geridas por essas entidades”.

Unit-linked crescem

O Bankinter Portugal regista uma evolução no crescimento e na procura por unit-linked (UL), especialmente no âmbito da gestão discricionária efetuada pela entidade.

Dentro do wrapper proporcionado pelos UL, o Bankinter Portugal dinamizou, por exemplo, “um conjunto de fundos autónomos temáticos”. “Dentro da mesma apólice o cliente pode ter multimodalidade. Criámos um conceito do ponto de vista comercial que é o Top Duo, onde existem as classes de ativos clássicas/standard, e depois, ao mesmo tempo, dentro dessa mesma apólice, é possível investir em áreas mais temáticas, como a robótica, a cibersegurança, entre outras, explica à FundsPeople o gestor João Henriques.