... e posicionamento e estratégia para enfrentar 2016.
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O ano de 2015 foi um ano de contrates para o JPM Global Income. Perante o contexto de volatilidade e as grandes oscilações registadas pelos preços dos ativos, o fundo gerou um dividendo entre 4,6% e 4,9% (dividendo trimestral anualizado) ao longo do ano, se bem que algumas estratégias não funcionaram. Por exemplo, a exposição relativamente elevada do fundo ao segmento high yield foi o factor que mais penalizou a rentabilidade do produto em 2015, depois dos spreads atingirem os níveis mais elevados desde 2011. Também foram prejudiciais as posições em futuros de obrigações do tesouro norte-americano: tanto a posição curta em futuros sobre treasuries a cinco anos, desenhada para compensar parte do risco de taxa de juro, como a posição longa em futuros sobre obrigações do tesouro a 30 anos, como hedge contra a aversão ao risco.
Por outro lado, a exposição relativamente elevada às ações internacionais contribuiu positivamente para a rentabilidade, sobretudo a alocação aos mercados europeus, que registaram um bom comportamento durante o período. As ações preferenciais e títulos hipotecários “non-agency” proporcionaram diversificação durante os episódios de volatilidade e contribuíram para a rentabilidade anual. Foram três, as grandes alterações no posicionamento realizadas no ano passado. Em primeiro ugar, foi reduzido, em termos gerais, o risco do fundo, com uma redução progressiva da ponderação das ações na carteira para os 36%. Em segundo lugar, foi aberta uma posição em dívida corporativa americana, investment grade a longo prazo, operação que financiaram com o capital previamente alocado às ações. Por último, foi ampliada a posição em high yield. “As correções foram exageradas e explicam-se pelas débeis condições de liquidez, assim como pela debilidade de certos sectores”, afiram Talib Sheikh e Michael Schoenhaut, gestores do fundo.
Estratégia em high yield
“Os spreads ajustados por opções (OAS) do segmento high yield norte-americano, começaram o ano em 483 pontos base e alcançaram os 655 pontos base no fecho do terceiro trimestre. Para contextualizar, estes spreads apenas superaram estes níveis três vezes nos últimos 20 anos. Ainda que tenhamos aumentado a nossa posição em high yield, é importante destacar que efetuamos uma alocação ativa dentro desta classe de ativos. Deste modo, optámos por reduzir a ponderação aos sectores de energia, metais e mineração e contamos com menos títulos com classificação CCC na carteira em comparação com o índice high yield de referência. Não temos nenhum problema em renunciar a alguma yield, considerando o nosso enfoque na rentabilidade ajustada ao risco e retorno total”, explicam.
Conscientes de que o crédito norte-americano se encontra sob pressão, a sua lógica baseia-se numa ideia muito simples: a ausência de uma recessão nos EUA. Neste sentido, os elevados spreads do crédito, em geral e da high yield em particular, deveriam traduzir-se em rentabilidades semelhantes às das ações em 2016. “A nossa recomendação é de que os investidores pensem no segmento high yield como um ativo “carry” , capaz de gerar rendas, e não como um ativo gerador de mais-valias. Mantemos a nossa preferência por crédito com maior qualidade e consideramos que a diversificação e uma cuidadosa seleção de títulos serão a chave para um bom 2016”.
“Depois de um ano de crescimento instável e turbulência nos mercados, as perspectivas para 2016 são um pouco melhores. Com a economia norte-americana a meio de um ciclo, a recuperação estabilizando na Europa e os primeiros sinais de estabilização nos mercados emergentes. Adicionalmente, o difícil ano que deixamos para trás ensinou-nos várias lições valiosas para ter em consideração em 2016. Em primeiro lugar, estamos a adaptarmo-nos a um mundo que cresce mais lentamente, mas não tem que necessariamente se traduzir em rentabilidades nulas. Em segundo lugar, estamos a sair de um mundo sem inflação para entrar num mundo de baixa inflação. Por último, o mundo procura desesperadamente a confirmação de que a primeira subida de taxas nos EUA em quase uma década, não resultará num abrandamento significativo nem do crescimento mundial nem do acesso ao capital”.
Estratégia no segmento de ações
“A nossa alocação a ações mostra uma inclinação no sentido dos mercado europeus, considerando as atrativas rentabilidades, valorizações razoáveis e a política monetária expansiva. O programa pro-cíclico de QE, em marcha na região, é um fenómeno relativamente novo e não estamos convencidos que o euro fraco e o QE resultem em maior potencial, já que estes efeitos já deverão estar descontados. Por outro lado, os mercados relacionados com matérias primas e mercados emergentes estão menos atrativos de momento, como já estavam em 2015. Para a nossa visão sobre este tema mudar, precisamos de comprovativos que as vendas e resultados atingiram um floor ou que os mercados locais estabilizaram. Além disso, o dólar norte-americano, os preços das matérias primas e os indicadores macro da China teriam quee mostrar claros sinais de estabilização antes de voltarmos a reconstruir a nossa posição em ações de mercados emergentes”.
Estratégias noutras classes de ativos
A equipa continua a gerar rentabilidades a partir de outras classes de ativos, como ativos hipotecários norte-americanos “non-agency” e ações preferenciais, que – no seu ver – proporcionam rentabilidades atrativas. “Entre as primeiras, aumentámos a nossa exposição a hipotecas comercias, em 2015, já que alguns destes ativos estão entre os mais baratos do universo de investimento. No que se refere a dívida de mercados emergentes, as nossas posições concentram-se principalmente em obrigações em divisa estrangeira (>90%)”.