Juan Alcaraz foca-se na direção da Allfunds depois de deixar o cargo de CEO da Santander AM

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cedida

Juan Alcaraz decidiu deixar a responsabilidade de CEO da Santander AM para se centrar totalmente na direção da Allfunds. O seu cargo na gestora é agora de Juan Manuel San Román, até agora responsável pelas Alianças Estratégias em Gestão de Ativos e Seguros e CEO de Ásia-Pacífico do Banco Santander. Juan Manuel San Román também foi diretor da SAM Investment Holdings desde setembro de 2015.

Alcaraz põe assim fiz a sete anos muito intensos em que liderou a unidade de gestão de ativos da entidade presidida por Ana Botín. Após a sua nomeação, em novembro de 2009, fez uma aposta clara na contratação de profissionais da gestão nacional e internacional, elevando a gestora a uma escala global; em 2013 liderou o projeto de expansão internacional depois da entrada no capital de dois fundos de capital de risco, assim como as posteriores negociações de fusão com a Pioneer Investments. Em novembro do ano passado, a Santander recomprou ao capital de risco 50% da gestora para voltar a controlar a totalidade do capital.
A partir de agora, abre-se uma nova época no Allfunds Bank. Depois de sete anos em que Juan Alcaraz acumulou a responsabilidade máxima da gestora de fundos do Santander e da plataforma tecnológica de fundos líder na Europa, agora volta a dedicar-se a 100% à plataforma nesta nova etapa.

O momento não pode ser mais estratégico já que, há 20 dias, o Hellman & Friendman, um fundo de capital de risco líder em investimentos no setor financeiro, e o GIC, o fundo soberano de Singapura e um dos maiores do mundo, fecharam a compra da Allfunds ao Santander AM e Eurizon Capital por 1.800 milhões de euros. Alcaraz vai centrar-se agora em completar a operação de venda, preparando a empresa para os novos proprietários e liderando o futuro da mesma.

Os novos compradores já deram a sua confiança a Juan Alcaraz e à sua equipa na Allfunds para dirigir o novo projeto, sendo este o ativo mais importante da empresa, de acordo com os compradores e vendedores. Zita Saurel, diretora da Hellman & Friedman, depois de saber da operação, disse que estavam “muito satisfeitos por trabalhar com a equipa de gestão da Allfunds liderada por Juan Alacaraz, que tem sido responsável pelo forte crescimento de negócios nos últimos anos. O nosso papel como investidores, junto ao GIC, vai ser o de apoiar esta equipa para acelerar este crescimento, tanto de forma orgânica como através de aquisições seletivas”. A operação de compra está agora sujeita à obtenção das autorizações reguladoras correspondentes.

Alcaraz tem mais de 25 anos de experiencia no mundo da gestão de ativos e tem estado associado ao grupo Santander nos últimos 26 anos. Começou no BSN (Banco Santander de Negócios) em 1991 e foi nomeado responsável de fundos internacionais da entidade em 1996. Em 2000 lança a Allfunds como um spin-off do departamento de fundos internacionais de BSN Banif e tem sido sempre uma peça fundamental no êxito alcançado pela entidade.

Allfunds tem na atualidade 268.000 milhões de ativos sob administração e é a plataforma institucional de arquitetura aberta de fundos de investimento líder na Europa, com presença em 38 países e escritórios repartidos pela Europa, Ásia e América Latina. Agora abre-se uma nova etapa com novos acionistas, marcada pelo crescimento, a expansão internacional e a contínua inovação tecnológica.

Para a empresa de análise de plataformas de fundos Platforum, será interessante ver como os novos proprietários planificam a seguinte fase de crescimento para a Allfunds num ambiente de consolidação entre plataformas e regulação potencialmente disruptiva. No ano passado, a plataforma revelou que procurava crescer mais na Europa através de aquisições, logo poderia continuar com esta estratégia para ganhar tamanho e reforçar a sua expansão internacional. Na Platforum esperam ver uma consolidação entre empresas de assessoria em vários países da Europa, especialmente no Reino Unido, França e Alemanha, o que pode ser uma oportunidade para a Allfunds ofereça os seus serviços de plataforma a empresas de assessoria com um tamanho considerável a um preço tipicamente institucional. Também esperam ver a plataforma a acelerar os seus planos de juntar ETFs e outros ativos negociados à plataforma.