Luís Laginha de saída da Euronext: a sua visão sobre a gestão de ativos

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Na passada quinta-feira decorreu o anúncio oficial sobre a saída de Luís Laginha da presidência da Euronext Lisbon. No comunicado revelado à CMVM é referido que a presidência interina da Bolsa será assumida, a partir de fevereiro, por Isabel Uchua, atualmente diretora de desenvolvimento do mercado local da NYSE Euronext Lisbon.

Outras mudanças na estrutura ocorrerão, dizem também no mesmo documento. Rui Matos atualmente membro da administração da Interbolsa será nomeado CEO interino da Interbolsa, enquanto que Hugo Rocha será nomeado para a administração Euronext Lisbon. Sublinham, contudo, que “todas estas nomeações estão sujeitas à não objecção por parte dos reguladores”.

Numa entrevista à Funds People Portugal de abril de 2014, Luís Laginha falou da relação entre a gestão de ativos e a bolsa. Começava por defender que se tem de desconstruir a ideia de que as instituições financeiras são concorrentes da bolsa. Sublinhava, por isso, que “trazer uma empresa para o mercado, seja pela via da dívida, seja pela via do equity, é um caminho importante para o qual as instituições financeiras têm um papel muito importante”.

Num caminho de consolidação do tecido empresarial, o ex-presidente da Bolsa indicava por essa altura a importância da gestão de ativos. “Se olharmos para o leque das empresas cotadas, a percentagem de capital que é detida por investidores institucionais é elevada”, dizia, apontando que estes são os investidores mais capazes de intervir “quer do lado do equity, quer do lado da dívida”.

Contudo, o profissional apontava a existência de um grande caminho por percorrer. “É necessária uma base de asset management local forte, já que é nos períodos de crise, como a dos últimos anos, que se mostra a relevância dos mercados locais”. Falava ainda, nessa mesma conversa, da importância das gestoras de ativos terem um caráter mais independente.