M&G (Lux) Global Listed Infrastructure: uma carteira de empresas de infraestruturas cotadas com características próprias

Alex Araujo M&G
Alex Araujo. Créditos: Cedida (M&G Investments)

O M&G (Lux) Global Listed Infrastructure é um fundo com Rating FundsPeople 2023, com uma carteira concentrada em 40-50 empresas, que mostra uma dinâmica de fluxos de caixa sólidos e crescentes. Devido a estas características, a expetativa de Alex Araujo, gestor deste produto da M&G Investments, é que os seus dividendos possam crescer de forma sustentável a longo prazo. “Esta é uma distinção importante porque não nos focamos tanto em empresas com elevado dividendo, mas sim naquelas capazes de os manter e fazer crescer a longo prazo”, explica Alex Araujo à FundsPeople.

Filosofia e estratégia

Na sua opinião, uma carteira de empresas de infraestruturas cotadas pode fazer muito mais, aumentando o universo de investimento para captar a sua grande diversidade. “Investindo mais além do âmbito tradicional da infraestrutura económica (abastecimento público, energia e transporte) e diversificando em infraestruturas sociais (saúde, educação e cívica) e em evolução (comunicações, transacional e regalias), procuramos criar uma carteira equilibrada que reflete as melhores qualidades que a infraestrutura cotada pode oferecer”, afirma o especialista.

O fundo é gerido com um horizonte de investimento a longo prazo que se enquadra na natureza de longa duração dos ativos de infraestruturas. A valorização é um aspeto a que prestam especial atenção na hora de selecionar as empresas para assegurar que a carteira se concentra em bons investimentos e não apenas em boas empresas. Além disso, integram a avaliação de questões ESG no processo de investimento, que procura assegurar que os ativos e negócios em que investem são sustentáveis e, por conseguinte, viáveis a longo prazo. “Deste modo, a exposição às centrais térmicas convencionais (carvão) e à energia nuclear está estritamente limitada por motivos económicos”, sublinha Alex Araujo.

Visão de mercado

No atual contexto, em que a valorização ressurgiu como um fator determinante da rentabilidade dos investimentos, o gestor considera que o aumento da volatilidade no mercado de ações apresenta oportunidades de compra. Mostra-se convencido de que a liquidação indiscriminada no setor imobiliário, impulsionada pela perceção de sensibilidade às taxas de juro, tem proporcionado pontos de entrada atrativos para as empresas de infraestruturas cotadas, como os REITS.

“As nossas novas aquisições em 2022 vieram do setor imobiliário: a Segro, uma empresa do Reino Unida, fornece a nossa primeira incursão na infraestrutura de comércio eletrónico, enquanto a Alexandria Real Estate, um REIT dos EUA, oferece acesso à infraestrutura de ciências da vida, aos ativos críticos por detrás da investigação e do desenvolvimento de medicamentos para abordar as atuais necessidades médicas da sociedade. Ambas as empresas beneficiam de poderosas tendências estruturais, que acreditamos que irão apoiar o crescimento contínuo a longo prazo”, sublinha.

A atratividade das infraestruturas

Na sua opinião, a atratividade das infraestruturas, especialmente no âmbito das empresas cotadas, não passou despercebida. “Temos visto um aumento da atividade empresarial em toda a classe de ativos, sendo o exemplo mais recente o interesse do capital privado na Vantage Towers, a empresa europeia de torres de comunicações cindida pela Vodafone. Estes eventos simbólicos oferecem uma clara indicação de que os crescentes e fiáveis fluxos de caixa dos ativos de infraestrutura estão a tornar-se baratos no mercado de ações. Os investidores com um horizonte temporal a longo prazo, como os do âmbito privado, começam a aperceber-se disso e a agir de acordo com as suas convicções”.

A equipa continua ativa na gestão da carteira, rodando o capital dos países de melhor comportamento e acrescentando nomes mais débeis onde acreditam que o caso de investimento a longo prazo permanece intacto. A infraestrutura de comunicações tem sido uma área onde têm aumentado a exposição, o que - segundo indica Alex Araujo - reflete o seu inabalável otimismo quanto às perspetivas de crescimento estrutural na infraestrutura digital, impulsionado pelo aumento da utilização móvel e de dados a nível mundial.