“Estar posicionado em ações chinesas agora não é confortável, mas também sabemos que é nestes momentos que geramos a nossa maior rentabilidade”, defende Craig Moran, gestor deste fundo com Rating FundsPeople 2024.
Se 2023 foi um ano de surpresas, 2024 não parece que vá ficar atrás. O ano começou com movimentos interessantes tanto em obrigações como em ações. Em obrigações, as de longa duração sofreram no primeiro mês, enquanto as ações continuam a mover-se na direção definida desde o final do ano anterior. Em particular, a bolsa japonesa teve um arranque fantástico, enquanto a bolsa chinesa continua a ser penalizada.
E, na opinião de Craig Moran, gestor do M&G (Lux) Dynamic Allocation Fund, este é o tipo de mercados a que nos temos de habituar, um de surpresas. “É fácil deixar-se levar pela narrativa do momentum do mercado, mas este pode mudar a qualquer momento”, recorda. Há 12 meses, o consenso previa uma recessão global, e, atualmente, o único cenário previsto é o de uma aterragem suave. Em vez disso, Craig sente que os investidores não estão a reconhecer suficientemente o peso do risco geopolítico nem o facto de 50% da população mundial ir a eleições em 2024.
Por isso, a equipa gestora do M&G (Lux) Dynamic Allocation Fund prefere basear-se nos factos. “A única coisa que sabemos hoje é que acabamos de experienciar o ciclo de subidas de taxas mais agressivo em décadas, e não vimos nenhum impacto real na economia global. Seria invulgar um acontecimento de tal magnitude não gerar uma debilidade, mas o sentimento do investidor continua bastante calmo, apesar dos elevados níveis de incerteza”, reconhece. Na sua opinião, essa complacência é motivo de preocupação.
Como se está a movimentar o M&G (Lux) Dynamic Allocation Fund
A boa notícia, destaca, é que, enquanto gestor de um fundo multiativos, o ponto de partida é muito mais atrativo do que era há alguns anos. “Na maioria das classes de ativos, o retorno esperado encontra-se no seu ponto mais alto da última década”, destaca. Por sua vez, pela primeira vez em muito tempo, assistimos a uma dispersão, tanto entre classes de ativos como dentro das mesmas. Por exemplo, o spread entre obrigações de mercados emergentes e de mercados desenvolvidos que o gestor assinala.
Assim, a carteira do M&G (Lux) Dynamic Allocation Fund está neutra, um reflexo dessa preocupação com o sentimento investidor do mercado em geral, combinada com valorizações atrativas em muitas partes do mercado. E Craig e a sua equipa encontram oportunidades tanto em ações como em obrigações. No caso das ações, destaca sobretudo a Europa e a Ásia (incluindo o Japão). Quanto às obrigações, a dívida de mercados desenvolvidos continua a ser o grosso da sua alocação, que combinam com obrigações de longa duração e dívida emergente em divisa local. Além disso, o gestor defende o papel da liquidez no contexto atual. “O cash volta a ser uma opção atrativa. Não só porque oferece uma rentabilidade positiva, mas também porque não está correlacionado com nenhuma outra classe de ativos”, defende. Por isso, atualmente, movem-se com 10% de liquidez. Por último, têm algumas infraestruturas cotadas a valorizações atrativas.
Oportunistas em ações chinesas
O M&G (Lux) Dynamic Allocation Fund, um dos fundos emblemáticos da gestora britânica em multiativos e com Rating FundsPeople 2024, é um fundo que não tem medo de adotar uma postura contrarian. A sua filosofia de investimento nasce de uma firme convicção em behavioural finance, pelo que procuram explorar as ineficiências das valorizações que surgem sempre no mercado. Por isso, na carteira, têm atualmente 8% em ações chinesas.
“Estamos conscientes de que o sentimento é complicado. Estar posicionado em ações chinesas agora não é confortável, mas também sabemos que é nestes momentos que geramos a nossa maior rentabilidade”, defende. Na sua opinião, com as valorizações atuais na China, encontramo-nos perante uma oportunidade sem precedentes. “O índice Hang Seng negocia aos níveis de outubro de 2022, quando estava em vigência a política de COVID zero, e mais barato do que durante a crise de 2008 ou durante o hard landing da sua economia em 2015”, sublinha.