A Diretiva Solvência II integra, de uma forma mais direta, e explícita, os riscos associados com a detenção de ativos financeiros em balanço no cálculo do requisito da margem de solvência. Com um especial enfoque neste tema, a EIOPA (European Insurance and Occupational Pensions Authority) publicou recentemente as estatísticas que têm por base relatórios quantitativos de solvência II, sobre empresas e grupos de seguros da União Europeia e do Espaço Económico Europeu.
A última publicação da entidade – no que toca à estrutura do balanço dos ativos das seguradoras– faz uma distinção entre investimentos, ativos a cargo do negócio de unit-liked e ainda outros ativos. Os investimentos representam, segundo a EIOPA, aqueles que são “detidos pelas seguradoras, de forma a poderem ser cumpridas as promessas feitas ao tomador do seguro, numa base permanente”. Deste universo exclui-se o “negócio de unit-linked, cujo o risco do investimento é assumido pelo próprio tomador do seguro”.
Negócio de unit-linked nacional representa quase 23% do total
Com data do último trimestre de 2016, as informação da EIOPA mostram que em Portugal as seguradoras somam um total de cerca de 51 mil milhões de euros de ativos em balanço, cifra que coloca o nosso país à frente de outros como a Bulgária, Croácia, Hungria ou Polónia.
A categoria em que Portugal apresenta maior robustez a este nível trata-se da categoria de investimentos (outros para lá dos ativos detidos por index-linked e por contratos de unit-linked): esta compõe quase 70% do total atrás referido, e conta com 35,2 mil milhões de euros de ativos.
Ainda nesta análise do balanço, os ativos detidos por index-linked e por contratos de unit-linked arrecadam uma soma de 11,5 mil milhões de euros, que lhes vale um peso de 22,7% do total das seguradoras nacionais. Na rubrica ‘outros ativos’ ficam reservados os restantes 4,1 mil milhões euros.
Visão Europeia
No agregado das seguradoras do Espaço Económico Europeu, a EIOPA reporta como tendência dominante o investimento em obrigações no portefólio de investimentos destas seguradoras (ver gráfico abaixo). Um conservadorismo provado pelo facto das obrigações corporativas e governamentais, juntas, perfazerem mais de 60% dos investimentos destas entidades, segundo os dados da EIOPA.