A instituição necessita de um reforço de capital de quase 1,4 mil milhões de euros, revelam os testes de stress levados a cabo pelo BCE e pela EBA. Banco de Portugal quer a preparação da nova etapa do processo de venda "de imediato".
As informações reveladas este sábado pelo Banco de Portugal (BdP), em comunicado, indicam que Novo Banco superou o teste de esforço do BCE no cenário de base. Contudo, no cenário mais mais adverso, “foi apurada insuficiência de fundos próprios no montante de EUR 1.398 milhões, em linha com as expectativas”, pode ler-se no comunicado.
Concretizando, indicam que “o Novo Banco superou o teste de esforço conduzido pelo BCE no cenário mais provável (rácio Common Equity Tier 1 de 8,24%, acima do limiar de 8,0%), mas revelou uma insuficiência no cenário mais adverso (rácio CET1 de 2,43% face ao limiar de 5,5%), o que corresponde a um desvio de EUR 1.398 milhões, projetado para o final de 2017”.
No conjunto da avaliação completa realizada pelo BCE, o regulador português assinala que “a insuficiência de fundos próprios no Novo Banco ocorre no caso do cenário mais adverso do teste de esforço apenas em 2017, que tem por referência um cenário hipotético, e que por natureza reflete uma perspetiva pessimista”.
O Banco de Portugal recorda que, tal como já tinham avançado a 15 de setembro, o Conselho de Administração do Novo Banco já está “mandatado para elaborar um plano de reforço de fundos próprios e de reorganização estratégica”. Esse trabalhado deverá ser apresentado nas próximas semanas, prevendo-se que seja “posteriormente debatido no âmbito do diálogo e colaboração que existe com o BCE e com a Comissão Europeia”.
Alienação de atividades
No curto prazo está previsto que – em coordenação com o BdP – seja alienada a participação do Novo Banco na GNB Vida - Companhia de Seguros, S.A, bem como a “alienação de outras participações consideradas como não estratégicas para a atividade do grupo Novo Banco”.
O BdP avisa também que “as medidas a executar no quadro do plano estratégico complementarão o reforço de fundos próprios que decorrerá do processo de venda da participação acionista detida pelo Fundo de Resolução no Novo Banco”. Nesse sentido, o Regulador refere mesmo que “a preparação da nova etapa do processo de venda será iniciada de imediato, agora que está afastado um dos principais fatores de incerteza que condicionou o procedimento anterior”.