Novos fundos lançados em 2023: classe de obrigações continua a dominar, com destaque para fundos com data de vencimento

No ano de 2023, assistimos ao lançamento de 15 novos fundos mobiliários, mais três em comparação com o ano de 2022, em que foram lançados 12 fundos. O primeiro lançamento deu-se logo no início do ano, em janeiro, e, no final do primeiro trimestre, em março, foi quando se deu o maior número de lançamentos (cinco, no total). A IM Gestão de Ativos foi a primeira do ano. Note-se ainda que, ao contrário de 2022, em 2023 não houve qualquer fusão de fundos. 

Fundos de investimento alternativo

Dos 15 fundos lançados em 2023, 11 são de obrigações. Os restantes quatro, todos são classificados como fundos de investimento alternativo. O primeiro do ano é o IMGA PME Flex, gerido pela IM Gestão de ativos, produto classificado como de investimento alternativo em títulos mobiliários, cujo principal objetivo é proporcionar aos investidores a distribuição semestral dos retornos do capital investido maioritariamente em instrumentos de dívida de curto prazo de PME portuguesas. Segue-se o lançamento do Artbox, em maio, da Fundbox, também um fundo alternativo, de investimento em Arte Contemporânea Portuguesa, e o primeiro nacional a fazê-lo. Veículo regulado pela CMVM, o seu objetivo é a aquisição de uma carteira de obras de arte avaliadas entre 5.000 euros a 500.000 euros. Numa entrevista com a FundsPeople, Rui Alpalhão, sócio fundador da gestora, explicava que o fundo opera com um "conjunto limitado de investidores, historicamente ligados à casa, com a ambição de expandir essa base de clientes assim que as estruturas de investimento mostrarem, na prática, o seu potencial".

Destacam-se ainda os produtos da gestora Oxy Capital, que se converteu recentemente numa Sociedade Gestora de Organismos de Investimento Coletivo (SGOIC). Desse modo, lançou o Oxy Capital Liquid Opportunities A, PPR e o Oxy Capital Liquid Opportunities B; são ambos fundos irmãos (como o nome deixa antever), classificados como investimento alternativo flexível, sendo que o primeiro é uma versão PPR (Fundo de Poupança Reforma). Em entrevista com a FundsPeople, Miguel Lucas, sócio diretor, e Pedro Sousa, associado sénior da gestora, afirmaram que estes "são dois fundos mobiliários de ações geridos de uma forma que capitaliza na experiência da equipa em private equity", e acrescentaram ainda que "o objetivo com estes fundos não é diversificar o risco. Isso é algo que o investidor pode fazer por conta própria, diversificando entre vários fundos". "O nosso objetivo é somente fazer bons investimentos", apontavam nessa altura.

Fundos de obrigações com data de vencimento

Dos restantes 11 fundos lançados em 2023, todos de obrigações, destaca-se mais uma vez a caraterística prevalente da data de vencimento nos mesmos. Esta foi uma caraterística de produto herdada de 2022, altura em que o início de subida de taxas de juro entrou em vigor. 

Com o período de vencimento de apenas um ano, foram lançados o BPI Obrigações 2024, da BPI GA, e o IMGA Obrigações Globais Euro 2024 – 1.ª Série, cujos investidores serão reembolsados, portanto, já este ano.

Em fevereiro, a IMGA lançou o IMGA Financial Bonds 3Y 2,25%, Série I, cujo objetivo é investir em obrigações das principais entidades financeiras europeias e norte-americanas com um horizonte temporal determinado para três anos. Com o mesmo horizonte temporal, a Santander AM lança três fundos com data de vencimento: o Santander Objetivo 2026, Santander Objetivo II e Santander Objetivo III, sendo a diferença entre eles apenas a data de reembolso definida, respetivamente, para abril, julho e novembro. Ainda com vencimento a três anos, surgem o GNB Obrigações 2026, da GNB Gestão de Ativos, e o Caixa Obrigações 2026, Caixa Obrigações 2026 III e Caixa Obrigações Rendimento Anual 2026 da Caixa GA.

A IMGA é a única a lançar um fundo com data de reembolso de aproximadamente dois anos (17 meses e 11 dias), o IMGA Obrigações Globais Euro 2025. O seu objetivo é assegurar a proteção do capital subscrito e o retorno absoluto de 4,5%, o qual irá corresponder a uma taxa anual de 3,07%. No caso deste fundo em particular, a gestora tem o poder de não proceder à constituição do fundo caso o montante subscrito não atinja o mínimo de 10 milhões de euros.

Fundos lançados em 2023