Novos fundos lançados em 2022 relançaram a classe de obrigações

O ano de 2022 foi tão movimentado no que toca a novos fundos de investimento mobiliários no mercado nacional, como o ano de 2021. Há a destacar a chegada de 12 produtos ao panorama português de fundos mobiliários, no ano passado. No entanto, o arranque só aconteceu em maio, altura em que a BPI Gestão de Ativos deu o pontapé de saída, e estreou o mercado de lançamentos com cinco novos fundos.

Primeiros fundos Artigo 9º

A BPI GA não estreou o ano apenas no âmbito do lançamento de novos fundos. A entidade, em maio, trouxe para o mercado os primeiros cinco produtos a inserirem-se dentro do artigo 9º, da SFDR, em solo nacional. Por outras palavras, a gama BPI Impacto Clima (constituída por cinco fundos distintos com diferentes alocações) foi a primeira gama de produto nacional com objetivos de investimento sustentáveis. Na altura, a equipa de gestão dos fundos especificou à FundsPeople o funcionamento de cada um dos produtos.

Em julho, foi a vez da Invest Gestão de Activos trazer para o mercado um fundo. A entidade lançou o Invest Tendências Globais PPR que, como explicavam na altura da entidade, é um produto que “vem complementar a leque de oferta de PPR da sociedade, sendo um fundo de gestão ativa totalmente constituído por ações”

Fundos de obrigações com data de vencimento

Em consonância com a tendência que também se foi verificando por toda a Europa, os fundos de obrigações com data de vencimento também foram um hit nos lançamentos em Portugal. O aumento das taxas de juro e um terreno mais atrativo para o mercado de obrigações, motivou, em primeiro lugar, a Bankinter Gestión de Activos, a lançar um fundo desta tipologia.

Portanto, em agosto de 2022, chegava ao mercado o Bankinter Obrigações EUR 2027 PPR/OICMV. Em entrevista à FundsPeople, José Calheiros, da entidade, explicava que aquele era "o momento de criar soluções de investimento atrativas que assim permitam aos clientes tirar partido desta mudança de contexto”. Mais tarde, em novembro, a verdade é que a entidade lançava um produto do mesmo género, mas com uma data de vencimento mais curta: o Bankinter Obrigações 2025 PPR/OICVM. Outra casa gestora, em outubro, fazia um movimento similar. Era a vez da BPI Gestão de Ativos entrar neste mesmo campo de produtos, com o lançamento do BPI Obrigações 2025.

Também no âmbito das obrigações - mas num espetro de maior flexibilidade dentro do mercado de dívida - foi a vez da Santander Asset Management lançar um produto em outubro. O Santander Aforro PPR/OICVM que, como detalharam da entidade à FundsPeople, nasceu com o objetivo de "beneficiar de uma alteração da atual conjuntura, nomeadamente, da estabilização do preço das obrigações".

Em novembro um novo produto apareceu, mas desta vez dedicado às ações. Em novembro, a Montepio Gestão de Ativos apresentou ao mercado o Montepio Ações EUA. Segundo a equipa gestora do produto, este adota uma estratégia barbell, e apresenta uma parte do portefólio mais defensiva e outra mais cíclica, estando o enfoque, claro, no mercado acionista norte-americano.

Em dezembro, o ano fechou com mais um lançamento de um fundo de obrigações com data de vencimento. Foi a vez da Caixa Gestão de Ativos enveredar por um destes lançamentos, trazendo para o mercado o fundo Caixa Obrigações 2025.

Fundos mobiliários lançados em 2022

Quando o assunto são as fusões de fundos, pode dizer-se que a reformulação da oferta das gestoras em 2022, esteve muito em linha com o verificado no ano de 2021. Como visível na tabela abaixo, a Santander AM continuou a incorporar fundos da antiga marca Popular, em fundos da sua oferta atual. Movimento semelhante fez a Montepio GA, que fundiu o Montepio Euro Telcos e o Montepio Global, com dois dos fundos atuais da casa.

Fusões de fundos em 2022