Três são os pilares que compõem o Rating FundsPeople e três as métricas escolhidas para avaliar o seu lado mais sustentáve. Quais serão os fundos deste universo que se destacam em matéria de sustentabilidade?
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O Rating FundsPeople distingue fundos de investimento pela sua consistência entre retorno e risco, a sua relevância, em termos de montante de ativos nas mãos dos investidores e tem ainda em consideração a opinião dos mais diversos analistas do mercado de gestão de ativos. Pese embora algum desses critérios poderem ter subjacentes motivações ambientais, sociais ou de governança, tal não se manifesta explicitamente. Desta feita, avaliamos os fundos de ações, com Rating FundsPeople 2024, em Portugal, com base em três métricas de sustentabilidade distintas, escolhidas pela sua pertinência e disponibilidade de dados na Morningstar.
A primeira métrica selecionada foi o ESG Risk Score. Este indicador, decomposto nos três pilares que compõem o ESG, representa a exposição ao risco ambiental, social e de governança não gerido, tendo em conta a gestão de tais riscos por parte da empresa. Com um total de ESG Risk Score de 15,71 surge o CT (Lux) - European Select da Columbia Threadneedle Investments. Este fundo de ações europeias de grande capitalização destaca-se no Rating FundsPeople pelo pilar de blockbuster. Francis Ellison, gestor da carteira de Clientes de Ações Europeias na gestora, conta que a avaliação ESG segue “uma abordagem best in class das empresas em relação aos seus pares”, utilizando várias ferra- mentas que incluem as próprias classificações internas de ESG, análise de controvérsias, classificações MSCI ESG e métricas de carbono.
Dentro destas ferramentas faz também parte, por exemplo, “um modelo de boa governação, que identifica as empresas com práticas que podem indicar uma má governação relacionada com a estrutura do conselho de administração, as relações com os trabalhadores, a remuneração ou a gestão fiscal”. Francis Ellison deixa, no entanto, a nota de que “se uma empresa tiver uma pontuação baixa e o gestor pretender ainda assim investir, deve documentar que todos os riscos foram totalmente considerados e realçar a razão pela qual se sente confortável em fazer o investimento”. Este é um fundo classificado como artigo 8.º da SFDR e do seu Top 3 fazem parte a Novo Nordisk, a Louis Vuitton e a ASML.
A segunda métrica analisada foi o carbon risk score. Na metodologia da Sustainalytics, o risco de carbono de uma empresa é a avaliação do grau em que as suas atividades e produtos estão alinhados com a transição para uma economia de baixo carbono. O portfolio carbon risk score mede, portanto, o risco de carbono ponderado pelos ativos das participações em ações ou obrigações num fundo. Neste caso, é um fundo do setor da saúde - categoria, aliás, mais representada na tabela - que lidera o Top 10, com um score de 1.44.
Controvérsias
O Polar Capital Biotechnology Fund da Polar Capital, também artigo 8.º da SFDR e com a designação de consistente no Rating FundsPeople, investe em inovação médica de ponta. Mercado esse que a gestão do fundo acredita estar a ser subestimado. Para Alexander Macdonald, responsável de Sustentabilidade da entidade, “a incorporação de abordagens ESG e de gestão no processo de investimento é algo que deve ser conduzido pelas equipas de investimento, assegurando que a análise ESG, o engagement e as decisões de voto estão intimamente ligados ao processo de tomada de decisão, ao mesmo tempo que são apoiados por recursos internos bem desenvolvidos”. Compõem o Top 3 do fundo a Regeneron Pharmaceuticals, a Amgen e a argenx.
Por fim, analisamos a exposição a controvérsias. Neste contexto, as controvérsias surgem quando decisões e práticas no âmbito das empresas investidas por parte dos gestores de fundos provocam debates e críticas. Dividem-se, por ordem crescente de gravidade, em nenhumas, baixas, moderadas, significativas, altas e severas.
Com um score total de controvérsias de 19,81 e a liderar a tabela está o DPAM B - Real Estate Europe Dividend Sustainable da DPAM. Um fundo consistente no Rating FundsPeople em Portugal e artigo 8.º da SFDR. Nicolas Da Rosa, gestor da DPAM, admite a utilização dos dados da Sustainalytics como principal fonte de análise das controvérsias e admite que a gestão do fundo “exclui automaticamente empresas com controvérsias severas, e as altas e significativas com perspetiva negativa são analisadas no Responsible Investment Steering Group (RISG) da DPAM, um grupo formado por quinze profissionais de diversos departamentos”. Por outro lado, a eficiência energética, edifícios certificados como verdes e o acesso a habitação acessível são alguns dos critérios ESG priorizados pela equipa. Integram o Top 3 os seguintes grupo imobiliários: Vonovia, Unibail-Rodamaco-Westfield e o LEG Immobilien.