"Actualmente, o maior desafio é o equilíbrio entre a qualidade do crédito dos emitentes e a rentabilidade", refere fonte do BPI à Funds People Portugal. Para deter em carteira "obrigações de muito bom nível com rendibilidades positivas é necessário estar-se disposto a comprar obrigações com maturidades superiores, o que, em caso de subida das taxas de juro, pode levar a perdas", explica. Além disso, o facto de, a área de investimentos estar em constante mudança, leva a que, por exemplo, um emitente deixe "de ser precepcionado como tendo boa qualidade d e crédito muito rapidamente e as suas obrigações desvalorizam". Nesta vertente, acrescenta, "é preciso elaborar cenários sobre o que o futuro nos pode trazer e tentar deter o portfolio mai robusto para fazer face aos diferentes caminhos possíveis".
O cenário base actual para o BPI "assume, no essencial, a trajectória de ajustamento positivo incorporada no memorando de entendimento assinado com a Comissão Europeia, o BCE e o FMI". Mas, tendo em conta a "volatilidade a que este género de activos (obrigações portuguesas) podem estar sujeitos com as pressões que neste momento se desenvolvem na Zona Euro, "é difícil" indicar a expectativa de rendibilidade para os próximos 12 meses, afirma a mesma fonte.
Os fundos têm uma data de vencimento conhecida (têm maturidade de dois anos e três meses) e uma rendibilidade mínima na maturidade que consta do prospecto (anualizada líquida para o cliente acima de 3,7%). Para oferecer este tipo de condições, refere fonte do BPI, a estratégia recaiu na constituição de um fundo que compra as obrigações no início e posteriormente apenas reinveste os 'cashflows' provenientes do pagamento de cupões ou amortizações; reinvestimentos que, especifica, são feitos em instrumentos de mercado monetário (depósitos, bilhetes do Tesouro ou papel comercial). Deste modo, "o controlo de riscos é feito à priori, definindo os emitentes que podem compor a carteira de investimento e os limites de exposição máximos".
Quanto à vantagem deste tipo de produto face a outros fundos de obrigações, a mesma fonte salienta que têm características diferentes dos fundos abertos, concretamente o facto de terem um período de vida que está previamente definido e de poderem oferecer uma perspectiva de rendibilidade logo na altura do lançamento. "Também é possível comunicar aos clientes que riscos estão a incorrer no início do fundo e como vai funcionar a gestão (reinvestimento dos cash flows)".
Como ponto negativo, a referida fonte salienta "a falta de liquidez", algo que acreditam "que é uma limitação ultrapassável", acrescenta.