O potencial das ações nórdicas de pequena capitalização 

Hans-Marius Lee Ludvigsen
Hans-Marius Lee Ludvigsen. Créditos: Cedida (DNB AM)

No mundo do investimento, as ações nórdicas de pequena capitalização têm emergido como uma classe de ativos com um desempenho notável nas últimas duas décadas, superando tanto índices comparáveis de small caps globais como os de maior capitalização. Com isto em mente, Hans Marius Lee Ludvigsen, gestor do DNB Nordic Small Cap Fund, com Rating FundsPeople 2023, partilhou detalhes importantes sobre a estratégia do fundo da casa, sobre o mercado nórdico de pequenas capitalizações e a relevância das considerações ESG neste contexto. 

"As ações nórdicas de pequena capitalização têm um historial notável de desempenho superior a outras classes de ativos, nos últimos 23 anos", partilha o profissional. "Ultrapassaram de forma consistente os índices globais de ações de pequena capitalização, demonstrando o seu potencial para gerar retornos significativos". Hans Ludvigsen salienta também a resiliência da classe de ativos, reconhecendo que, embora se verifiquem quedas mais expressivas durante períodos turbulentos, como a recente crise da COVID-19, “o mercado nórdico de pequenas empresas continua a ser uma oportunidade de investimento muito atrativa a longo prazo”.

Com uma abordagem long-only, o fundo investe em empresas sediadas nos países nórdicos com capitalização de mercado abaixo de 5 mil milhões de euros, sendo que muitas vezes investe em empresas abaixo de 250 milhões de euros. Ao empregar uma combinação de análise fundamental bottom-up, o fundo visa identificar empresas com o melhor potencial em termo de risco e retorno nos mercados da Suécia, Finlândia, Dinamarca, Noruega e Islândia. Falamos de um universo de mais de 2.000 empresas. Já no que ao perfil de valuations diz respeito, o gestor da DNB AM não escolhe equipas. “Tentamos ser agnósticos em termos da nossa filosofia. Não queremos ser rotulados como um investidor de valor ou de crescimento”, diz.

Oportunidades na seleção de ações

De acordo com o profissional, uma das vantagens únicas do investimento no universo das pequenas empresas nórdicas reside na oportunidade que reside na seleção de ações individuais. "O mercado nórdico de pequena capitalização proporciona um ambiente em que a seleção de ações pode realmente fazer a diferença", afirmou. Devido à menor cobertura do sell side e à atenção limitada, a análise fundamental ganha valor. Sublinha o potencial de criação de alfa quando se executa um trabalho de research mais aprofundado do que a concorrência, tirando partido da assimetria de informação que existe neste segmento de mercado.

Encontrar o equilíbrio certo entre a diversificação e a gestão ativa é também um dos principais objetivos do DNB Nordic Small Cap Fund, segundo o gestor. "Acreditamos na manutenção de um número substancial de posições, que tipicamente ascende a cerca de 100 títulos", revela. “Mantemos um conjunto vasto de empresas em carteira, não só por uma questão de liquidez, como para aproveitar as várias oportunidades de M&A no mercado de pequena capitalização”, explica. No entanto, a aposta é mais forte nas empresas em que têm maior convicção e isso vê-se na dimensão das maiores posições e concentração de 23% da carteira no top 10.

Também os fatores ambientais, sociais e de governo (ESG) não passam ao lado da gestão do fundo. “Falamos de small caps, pelo que nos deparamos com alguns desafios que não são equivalentes aos das empresas de maior capitalização. Isso faz com que a divulgação seja, em média, menos extensiva e, claro, o governance seja um pilar importante da nossa análise”, diz. No entanto, Hans Marius Lee Ludvigsen reconhece os progressos realizados pelas empresas nórdicas nos últimos ano neste âmbito e claro, o papel que têm na DNB AM como investidores, para impulsionar a qualidade da divulgação. "Mantemos uma conversa construtiva com algumas destas empresas para as colocar no caminho certo em termos de ESG", explica. 

O fundo é neste momento artigo 6º da SFDR, mas encontra-se no caminho para subir na classificação. “Queremos estar cem por cento em conformidade antes de avançarmos para o artigo 8º. Estamos numa fase do processo em que apenas falta de tratar das formalidades”, termina.