Foi lembrando que o ano de 2015 será “ainda mais difícil para os profissionais de investimento das várias entidades financeiras”, que Sebastián Velasco, Country Head Portugal & Spain, da Fidelity Worldwide Investment, iniciou a apresentação do outlook da entidade para o novo ano. Perante uma sala cheia, o profissional que traçou algumas ideias sobre a classe das obrigações, começou no entanto por referir que embora estejam a sobreponderar as ações, 2015 exige alguma “cautela” em relação a esta classe de ativos.
Lembrando que transversal a todos os bancos centrais é a dúvida sobre qual a altura certa para aumentar as taxas de juro, reiterou que a disparidade nas economias prevalece e condiciona essa decisão. No caso dos EUA , indicou que a Fed “fez um bom trabalho no que diz respeito ao desemprego, sendo agora a estabilidade dos preços a maior preocupação”.
A importância do QE à europeia
Numa Europa que continua a 'sofrer' com a taxa de desemprego em níveis elevados e uma inflação negativa ou mesmo deflação, o Country head acredita que o QE europeu (que poderá ser anunciado já esta quinta-feira) “irá suportar os mercados de obrigações”, nos quais a “diversificação de estratégias será palavra de ordem”. Refere ainda que podendo o mercado já estar a descontar o QE, convém prevenir decepções pois desconhece-se a medida em que esta injeção de liquidez (compra de obrigações soberanas) irá acontecer.
Bull market para durar
Jeff Hochman (na foto ao lado de Ana Carrisso), Director of Technical Strategy, por seu lado, começou com uma máxima a reter em 2015: "esperar o inesperado dos mercados e permanecer diversificado", como forma de não sofrer desilusões. Isto, num contexto em que considera que os mercados financeiros terão dificuldades, ao longo do ano, em interpretar as mensagens dos Bancos Centrais e, também, por esse motivo registarão as suas correções.
Perspectiva uma manutenção da 'secular bull story' que teve início em 2009 e que apesar de se ter suavizado nos anos mais recentes continua a dar sinais positivos, dizendo “o meu sentimento é que atualmente estamos num bull-market que se prolongará por mais uns anos”. Avisa ainda que é provável que a volatilidade, depois de “meses de grande crescimento” permaneça elevada. “Contudo, espero que não ultrapasse os níveis de 2013”, inferiu. Relativamente a um tema do momento – a queda dos preços do petróleo – disse ser provável que “estabilizem brevemente, formando depois um ‘W’ nos próximos meses, passando posteriormente por um pequeno rally”.
Como já é habitual, a Fidelity fechou a sua apresentação com referência a um fundo da casa. Ana Carrisso, senior sales manager para Iberia, falou à plateia sobre as vantagens do Fidelity Funds Global Dividend Fund, “uma solução que se foca em empresas com perspetivas de crescimento dos seus dividendos”. Recordando que uma das descrições que melhor assenta a este produto é de um fundo “com um rendimento seguro a um preço razoável”, a sales da entidade referiu que nos três anos de vida do fundo a sua rentabilidade é de 50,9%. Com uma carteira concentrada, composta por 53 títulos, “o fundo vive muito do stock-picking efetuado e desde o seu lançamento, em janeiro em 2012, tem-se posicionado muito bem em termos de volatilidade e ao nível do drawdown”.