O que tem de mudar para que os investidores institucionais invistam na S de ESG em ETF

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Créditos: David von Diemar (Unsplash)

A onda do ESG também já chegou ao mundo dos ETF. Segundo os dados da DWS, os ativos em ETF UCITS ESG aumentaram para 122.000 milhões de euros. Destes, 97 milhões estão em ações. Outros 26 milhões em ETF de obrigações. Mas se decompusermos ainda mais estes dados, vemos que a onda ESG é, na verdade, uma história do E e do G. Os investidores têm em conta os critérios ambientais nas suas carteiras, mas falta uma vertente específica de critérios sociais.

E existe procura, segundo um inquérito da DWS e da CREATE-Research aos investidores institucionais. "O fator social é o menos intuitivo", reconhece Simon Klein, responsável global de Vendas de Soluções Passivas. "A S analisa a forma como as empresas gerem a sua relação com os seus empregados, mas também com a sociedade", explica.

É um pilar cada vez mais relevante para a sociedade. Os consumidores começam a ter padrões éticos para os produtos que compram. Como o relatório revela, a pandemia pôs em cima da mesa a importância do impacto social para os investidores institucionais. Dois terços dos fundos de pensões inquiridos afirmam que planeiam investir mais nos critérios sociais nos próximos três anos.

O que tem de mudar para se ver a S nas carteiras institucionais?

Mas até agora não se está a refletir nas suas carteiras. Pelo menos através da atribuição de ETF. Os fundos de pensões abriram-se aos ETF como um veículo. 65% assim o dizem. Mas quase 50% reconhece que estão apenas a começar a consciencializar-se sobre fundos passivos ligados a fatores sociais. 67% da parte passiva das carteiras tem 0% em fundos relacionados com o social. Se se tiver em conta a carteira total, esse valor reduz-se, mas permanece elevado, em 33%. E outros 23% têm apenas 5%.

De facto, quando se pergunta aos responsáveis dos fundos de pensões qual é o elemento mais importante quando consideram os investimentos ESG, 58% dizem o meio ambiente. Outros 31% dizem o governance. Um dos principais dissuasores que a DWS comenta é que certos aspetos do acesso aos dados dificultam o investimento. Ao contrário dos critérios ambientais ou de governance, é mais complexo medir a satisfação dos empregados ou da comunidade local com uma empresa. Assim, 56% dos investidores institucionais preferem gerir a sua exposição à S através de temáticas ESG mais amplas.

A chave, portanto, está no futuro. É que, como podemos ver no gráfico em cima, os investidores institucionais esperam aumentar a sua exposição a fundos passivos relacionados com critérios sociais. E esse crescimento virá principalmente de duas fontes. Primeiro, produtos ligados a índices da temática social. Em segundo lugar, dos índices relacionados com objetivos de desenvolvimento sustentável.

E o que é que os investidores institucionais irão considerar quando selecionarem um fundo S? O mais importante é a capacidade e o track record de um gestor de fundos em cumprir a sua agenda social. O historial de stewardship e votações na assembleia de acionistas são também muito importantes. Curiosamente, a cultura do negócio é ainda mais importante do que os custos e as comissões do produto.