Aproveitar os ventos favoráveis para as infraestruturas

Jeremy Anagnos Nordea
Jeremy Anagnos. Nordea AM.

TRIBUNA de Jeremy Anagnos, gestor da carteira da estratégia Global Listed Infrastructure da Nordea AM. Comentário patrocinado pela Nordea AM.

As empresas que incorporam a chamada nova economia têm estado na moda para os investidores desde o início da pandemia da COVID-19, há mais de um ano, com as ações de empresas como a Netflix, Zoom e Peloton a captarem a atenção dos investidores por todo o mundo. Já as empresas da economia essencial, como as de fornecimento de água, gás e eletricidade, não têm suscitado tanto o interesse dos investidores, mas isso pode estar a mudar. Em resposta à grave crise provocada pela pandemia, muitos governos a nível mundial planeiam acelerar os investimentos em infraestruturas nos próximos meses e anos. Um exemplo disso mesmo, é o plano multimilionário de infraestruturas que será implementado pela administração norte-americana, liderada por Joe Biden, para construir uma economia mais resiliente e sustentável. Este fenómeno não se limita apenas aos EUA. A UE também já subscreveu um compromisso ambicioso de investimento em infraestruturas sustentáveis no âmbito do seu pacote de recuperação da COVID-19 com a China e o Japão a seguirem caminhos semelhantes.

Os ventos favoráveis para as infraestruturas já eram evidentes antes da pandemia. Por exemplo, no apoio ao crescimento e desenvolvimento dos mercados desenvolvidos e emergentes, a OCDE já tinha estimado anteriormente as necessidades de investimento globais em infraestruturas na ordem dos 6,3 biliões de dólares americanos anuais até 2030. A Nordea Asset Management encontra-se numa ótima posição para continuar a tirar partido destas tendências através da estratégia Nordea Global Listed Infrastructure.

Crescimento plurianual na descarbonização

Na procura pelas empresas mais promissoras para a nossa carteira à medida que o mundo vai deixando para trás a pandemia, estamos muito otimistas relativamente às perspetivas para as empresas cotadas no setor das infraestruturas, sobretudo no âmbito da descarbonização. A transição para as energias limpas deverá dar nova vida aos ativos das redes, uma vez que esta implica um investimento significativo nas infraestruturas da rede e na rede elétrica, entre outras. Prevê-se que os investimentos anuais aumentem 50% entre 2020 e 2030, o que se traduzirá em lucros e dividendos atrativos. Para muitas empresas de infraestruturas, a descarbonização tornou-se um tema incontornável, especialmente para as empresas de serviços públicos, já que muitas delas ainda detêm centrais a carvão antigas e dispendiosas que podem ser substituídas por instalações de produção de energias renováveis cada vez mais baratas.

Acreditamos que o setor dos serviços públicos, um dos principais quatro pilares do segmento das infraestruturas cotadas e que é composto por empresas de comunicações, serviços públicos regulados, serviços públicos integrados e transportes, - é talvez, a área de investimento mais atrativo neste momento no que diz respeito a infraestruturas. As empresas de serviços públicos regulados tradicionais, que são proprietárias dos cabos e postes, estão a ficar cada vez mais integradas graças à construção e detenção de instalações de produção de energias renováveis, assim como ao investimento em redes ou tecnologia de armazenamento de baterias. Inicialmente, a rede elétrica foi projetada para transportar energia numa só direção, mas perante o aumento da instalação de painéis solares em habitações, por exemplo, existe o potencial de a energia voltar a ser transmitida para a rede, que tem de ser modernizada e reforçada para que isso seja possível. Este tipo de inovações é fundamental para que a sociedade possa transitar para um futuro com energia mais limpa.

No que diz respeito às comunicações, estamos particularmente otimistas em relação aos data centers, que estão a ser mais procurados na sequência do crescimento rápido do volume de conteúdos e das redes sociais.

Títulos com triplo desconto

A história das empresas de infraestruturas cotadas é pautada pela proteção em momentos de queda e um desempenho superior quando os mercados bolsistas assistem a um aumento da volatilidade. Mas 2020 foi diferente, com a pandemia a desafiar algumas áreas sensíveis à evolução da economia neste segmento. Por exemplo, as empresas aeroportuárias apresentaram os piores resultados: perante quedas sem precedentes de 80% a 90% nos volumes de tráfego aéreo, muitas tiveram de cortar dividendos. As empresas de distribuição de energia também foram afetadas pelas quedas drásticas nos combustíveis resultantes das restrições à circulação, assim como da redução generalizada da atividade económica. O resultado está à vista: as empresas de infraestruturas cotadas a nível global apresentam um triplo desconto comparativamente às ações mundiais, desconto esse que é o mais significativo desde o final da crise financeira. Além disso, vemos os ativos de infraestruturas nos mercados cotados a serem negociados com um desconto superior a 20% em relação aos valores dos mercados não cotados e, por último, o spread de rendimento relativo entre as empresas de infraestruturas cotadas a nível global comparativamente aos títulos de crédito, que se situa consideravelmente acima da sua média a longo prazo.

Proteção contra a reflação

As infraestruturas também têm outras características que devem permitir que os ativos tenham um bom desempenho a longo prazo. Mais de 80% dos ativos detidos pelas empresas no nosso universo de investimento dispõem de mecanismos que lhes permitem passar o custo inflacionário para o utilizador final através de portagens ou tarifas, o que pode compensar em grande medida os impactos do consequente aumento nos rendimentos das obrigações que seriam expectáveis em caso de subida da inflação. Estas particularidades deixam-nos muito confiantes quanto às perspetivas para esta classe de ativos nos próximos anos, quase independentemente do rumo da inflação e das taxas de juro.

Infraestruturas e sustentabilidade

Por último, também esperamos que o segmento das empresas de infraestruturas cotadas beneficie da procura forte dos investidores por soluções que promovam a sustentabilidade. Estas empresas sustentam muitos dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. Os fluxos para os fundos ESG encaminham-se, de forma crescente, para investimentos em temáticas centrais para esta classe de ativos, como a descarbonização e a gestão da água limpa.

As empresas de infraestruturas podem gerar impactos sociais, ambientais e económicos positivos através de um contributo para a redução das emissões de gases com efeito de estufa, a revitalização de zonas marginalizadas e a melhoria do acesso a serviços básicos. As infraestruturas criam a base de todas as economias e permitem o desenvolvimento económico e social. Faça parte desta mudança com a estratégia Global Listed Infrastructure da Nordea.


*que investem por sua conta – de acordo com a definição existente na DMIF

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