No Chart o the Week desta semana, Manuel Moura, analista do Lisbon Family Office, aborda um tema muito focado nas últimas semanas: a valorização das empresas tecnológicas.
(O 'Chart of the Week' desta semana é da autoria de Manuel Moura, analista, do Lisbon Family Office.)
Nas últimas semanas muito se falou da valorização das empresas tecnológicas, sobretudo das Big Tech. Para os investidores, é muito difícil ver de fora o “comboio a passar” e não fazer nada; quem estava dentro tinha que se perguntar se já estávamos a chegar a níveis desmesurados e que não capitalizar alguns dos ganhos poderia ser sinal de pouca disciplina e de ganância. Na verdade, o "rally’" continuou até pouco depois dos “stock splits” de grandes empresas como a Apple e a Tesla no final do mês passado.
Resta saber se os drivers de uma subida tão marcante foram, por exemplo, os estímulos e os novos online brokers que permitiram a entrada no mercado de investidores que, até agora, não tinham acesso ao mercado acionista. Se foi a aposta do Softbank em opções em grandes nomes tech como a Amazon, a Microsoft e a Netflix, que puxou as empresas e o índice para cima. Ou talvez até se realmente o mercado estava convicto das avaliações que descontava.
Paralelamente, falta também perceber se o sell-off que se verifica atualmente está para ficar ou se é apenas uma correção curta. Estas correções devem-se então a um mês de setembro historicamente mau ou será que realmente esta corrida para as ações de tech deixou os investidores com medo de uma nova dot-com bubble, neste caso tech-bubble (podemos observar algumas semelhanças neste gráfico)… Certo é que o peso das Big Tech bateu em 40% em 2000, andou 20 anos a consolidar e agora pode não parar tão cedo com esta transição acelerada para o on-line.
Uma observação ainda relevante é a perda de importância do sector da energia no índice, tendência que já se verifica desde a crise de 2008, e que parece óbvia devido à muito fraca performance do sector nos últimos anos.
No gráfico podemos observar a evolução dos pesos que cada sector tem no índice do S&P500.